quarta-feira, 3 de agosto de 2016

COMEÇOU O SUPERSTICIOSO MES DE AGOSTO, VAMOS VÊ O QUE ACONTECE... POR LUIZ SAUL




Consta por aí que o senador equilibrista Renan Calheiros, por autopreservação e por traição, age em ambas as frentes da dilma e do Interino em relação à liturgia do impeachment. Estaria intentando estender os prazos rituais para que o julgamento ocorra nas calendas de setembro. Conchavar por ali não representa novidade quando se intenta harmonizar interesses. O raciocínio simplista de alongar o perfil do prazo da agonia reside na expectativa do surgimento de notícia/denúncia ou o que valha em condições de comprometer moral e politicamente o Substituto.


A esperançosa tática, no entanto, pode revelar-se inócua e também reversa, na medida em que o Interino vem se cercando dos cuidados de quem pisa em ovos para prevenir descoberta de pecados que certamente existem, enquanto que a afastada coleciona esquecimentos e constrangimentos, como, por exemplo, a inclusão do seu mentor como réu em processo de obstrução da Justiça. Por sua vez, o Lula, estrebuchando-se em jogo para a plateia resolveu levar risivelmente o seu caso para os tribunais da ONU contra a ação do Juiz Moro, mais por medo do que por credo. Uma bobagem. 

Além disso, o Interino, mesmo sem formalizar qualquer das medidas de contenção e controle anunciadas, vem construindo um espectro de credibilidade relativa por intermédio das suas equipes de planejamento e de macroeconomia, que já contaminou muitos candidatos a investidores, além de reacender uma tênue réstia de confiança em um reprocessamento moral, político, econômico, social e o que mais tiver como parâmetro de normalidade.

Pensando bem, se a pretensão da mulher sapiens for apenas a de procrastinar o momento da sua expulsória sem honra, talvez deva apenas ficar quieta neste segundo semestre. Afinal, estamos no Brasil, um país em que as coisas acontecem uma de cada vez, e tem muita coisa na fila para acontecer nos próximos dias/meses, senão vejamos:

Tem o recesso branco que dura o tempo que se quiser, bastando apenas o não comparecimento para não dar quórum para a aprovação das medidas, ou mesmo para livrar o ainda meio poderoso Cunha; têm as eleições municipais, as quais para muitos dos congressistas podem ser mais importante do que reorganizar o país; tem a questão esboçada pelo Planalto Interino com a proposta do estabelecimento do teto de gastos públicos, que é mais do que emblemática e que, se não for aprovada até 15/12, deixa de produzir efeitos no próximo exercício, jogando abaixo a possibilidade imediata de contenção de parte da crise. E, ainda tem a questão da proposta de lei contra abuso de autoridade, que dormitava e foi exumada pelo Renan, com as bênçãos dos indiciados/investigados, para barrar a República de Curitiba e estabelecer quer ficará tudo como sempre foi. 

Bom, finalmente tem a Olimpíada com os olhos assustados para o Oriente Médio, para o ISIS, para a ausência de medalhas, para o Neimar, e principalmente para a certeza dos escândalos financeiros decorrentes.
De qualquer forma, a parcela esclarecida da distinta plateia certamente compreende que as fileiras tanto da afastada quanto do Interino (e eles próprios) são farinhas se não do mesmo saco, pelo menos da mesma roça. Por isso, não razões para júbilos pela presença de um ou a ausência de outro. 

Começou o mês de agosto, o mês de agosto começou... Não sou supersticioso, nem fatalista. Nós produzimos o dia seguinte.



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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