quinta-feira, 1 de setembro de 2016

HABEMUS PRESIDENTO! E COMEÇOU TUDO DE NOVO... POR LUIZ SAUL


Por divergência de interpretação iniciada pelo senador Randolfe Rodrigues, também nascido em Garanhuns(PE), o Senado Federal concedeu a misericordiosa permissão para o exercício de cargos públicos e outros direitos constitucionais à Sra. Dilma. Embora a interpretação do texto constitucional não enseje dúvidas quanto à concomitância da aplicação das penalidades – impeachment e impedimento –, os vestais aceitaram certamente por acordo recusar a arguição da dupla penalidade pelo mesmo crime. Uma pena.

Com a obsequiosidade senatorial, restará saber, em primeiro lugar, se a mesma senhora, depois da inaptidão demonstrada como agente público terá ânimo para novas aventuras da espécie, assim como se o eleitor gaúcho com toda a consciência crítica que o caracteriza, adotá-la-á em pretensões eleitorais, no futuro. Nem a Sra. Dilma nem os sequazes compreenderam o gesto de consentimento, e por isso continuaram pintados para a guerra com a garantia de uma oposição selvagem e sem trégua. 

Em uma das franjas da sessão plenária outro aspecto da emulação política apareceu paralelamente para expor a profunda discordância entre o partido da Rede, da Marina Silva, e o seu único senador. Enquanto a seringueira de mentira defendia o impeachment, o Randolfe votou contra; apesar de a ambientalista de araque preferir o impedimento por 8 anos, o senador apresentou a medida que se transformou em um habeas corpus. É o retrato perfeito da fragilidade das relações partidárias e institucionais. Se a dona da Rede reagir, será bem pior.

Consta agora que a defesa da Sra. Dilma ingressará com mandado de segurança, no STF, para a revisão da “coisa”. Talvez não devesse, uma vez que a cliente saiu, de certa forma, no lucro. Além disso, o Supremo não discutirá o mérito, mas tão somente o rito que, tendo sido supervisionado pela corte, e conduzido em parte pelo seu presidente, não poderá abrigar recurso. Em tese, pelo menos, já que estamos no Brasil.

Importante notar que no processo que se encerra, além dos esperados perdedores (dilma, Gleisi, Lindberg, Grazziotin, Fátima Bezerra, especialmente, mais o PT e o PCdoB), há também vencedores, inclusive o improvável José Eduardo Cardozo, que foi tanto advogado como jamais foi ministro ou AGU. É possível até questionar o seu conteúdo que, por conta de uma acusação restrita, foi sempre repetitivo, mas, jamais perdeu a sua verve e disposição para a argumentação. Merece respeito.

O outro vencedor, além do país que sai cambaleante e quase nocauteado em busca um novo e perfeito salto triplo em posição carpada, tem a Janaína Paschoal com aquela fisionomia de permanente sofrimento, a quem a sociedade há de dever todas as honrarias não somente pelo resultado alcançado pela sua ousadia jurídica, mas principalmente pela disposição de chutar praticamente sozinha o pau da barraca nacional. Espera-se apenas que não ingresse na atividade político partidária.

Agora que estamos diante dos salvados do incêndio, temos pela frente o presidento Temer com todas as contradições, principalmente a manifesta intenção de reduzir despesas, mas que, ao mesmo tempo, vem desandando a dar aumentos de salários. Considerando que desde já estão desfeitas as coligações contra o PT et caterva, é importante lembrar que a minha geração já assistiu dois episódios de impeachment presidencial, e que, face às implicações do processo em andamento no Tribunal Superior Eleitoral sobre a contestação da chapa dilma/Temer, o seu nome está no caderninho como virtual e semelhante terceiro episódio.

Neste país sem nenhuma eira mas com alguma beira, resta também esperar o procedimento do PGR Rodrigo Janot, depois que a sua substituta divulgou lá nas terrinhas D’Além Mar, informações confidenciais acerca de processos envolvendo o novo presidento no âmbito da Lava Jato. 

E começou tudo de novo!

Por: Luiz Saul Pereira
        Cidadão brasileiro - Brasília - DF

6 comentários:

  1. PARABÉNS, DR LUIZ SAUL, PELA CLAREZA DOS DETALHES.

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    1. Fora Lula! Fora Dilma! Fora PT!

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  2. Valeu, gosto dos seus comentários sobre os assuntos da Capital da Roubalheira.

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  3. Maria das Graças Menezes1 de setembro de 2016 às 19:05

    Parabéns ao Opinião, pelo nível dos colaboradores que enriquecem o seu editorial.

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