segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

ATENÇÃO DESTINTA TORCIDA NORDESTINA! - POR LUIZ SAUL


Pois bem, distinta torcida nordestina! Em entrevista tida como exclusiva à Rádio Jornal, da capital pernambucana, o Michel Rousseff (ex-Temer) anunciou a conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco para 2017.

Em primeiro lugar, nossas bolas de cristal e nossos videntes de plantão de fim de ano não garantem (nenhum deles!) que o presidente herdeiro estará na cadeira n° 1 no ano a que se referiu. As frescas notícias de Curitiba parecem sugerir que, exceto se houver outro novo grande arrumadinho, os processos de defenestração serão a grande moda do próximo verão, em condições de atingir praticamente toda a cúpula do Palácio e levar de arrastão a cabroeira da Esplanada. 

A repentina e inopinada visita do herdeiro à região das vidas secas, quase às escondidas e com plateia selecionada, ao invés de um dissimulado messianismo e da aspiração por uma tomada de fôlego terminou sendo torpedeada pelas notícias das delações segundo as quais se confirma que os dinheiros públicos foram dissipados no sumidouro de tantos bolsos e bolsas também. O nivelamento por baixo aumentou a população do saco de gatos de todas as estaturas. 

Ademais disso, como profetizado, a promessa da conclusão daquelas obras insere-se no calendário eleitoral do ano 18, repetindo os últimos quadriênios. Foi assim com o Lula, com a Janete (ex-dilma), e provavelmente sê-lo-á em mais algumas eleições presidenciais, com a presumível modernização da mancomunação com empreiteiros, uma vez que a criminalidade é criativa o bastante para se refazer no confronto com o combate à corrupção.

A ideia dessa transposição pode haver sido a jogada mais inteligente da genialidade política do Lula, na época, no sentido de manter escravizado ad eterno o voto das excelências eleitorais do interior do Nordeste. Os erros residiram, primeiro, na imprevidência da escolha da sua substituta; depois, em confiar na perenidade do rio que parece fadado à morte pela ação humana. Se voltasse, o Barba iria tratar da conexão da sua bacia com a do Tocantins. E virar santo, tomar o lugar do J. Cristo e se eleger até o fim dos tempos. 

O presente comentário não tem nada de fatalismo, mas apenas a convicção de que se reafirmam os procedimentos dos chamados “nossos” representantes como tem sido até aqui, mediante a liberação de verbas parciais para garantir a lenta e apenas gradativa evolução das obras para a renovação estratégica das promessas nos momentos apropriados. No caso, o Temer é apenas o carona da vez.

Apesar de vir do sertão de Pernambuco não levo muito a sério a lenda de ser “antes de tudo um forte”. Afinal, para sobreviver nas desigualdades e nas contradições das terras brasilis, todos o somos, independentemente da origem. O que percebo mesmo é uma devoção a uma credulidade que parece nunca haver sido apresentada ao quesito da desconfiança. Por isso que a história se repete.

Voltaremos ao assunto nos anos 21/ 22, das eleições presidenciais.


Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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