quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

POR ASSIM DIZER: "É UMA ZORRA!" - POR LUIZ SAUL



Já está claro que político brasileiro não reconhece autoridade em juízes de primeira instância. Seguindo os passos do Renan que classificou um magistrado como juizeco, o Rodrigo Maia também se rebelou e decidiu não acatar a decisão do Juiz Eduardo Ribeiro de Oliveira contra a sua candidatura à recondução. A circunstância de a liminar haver sido cassada não elide o desrespeito nem a percepção do magistrado, pelo político, como uma autoridade inferior na acepção depreciativa e vilipendiosa do termo. 

Parece que importante mesmo pra eles é o cargo de ministro. É por isso que cada grupo nacional, seja de político, de partido, de magistrado, de empresário, de corrupto, da imprensa, de sambista ou do que for está tão envolvido na substituição do Ministro Teori.

Com tantos agentes políticos sob a lupa do Judiciário na decorrência da Operação Lava Jato e de outras menos divulgadas mas igualmente perigosas para eles, fica muito estranho a investida de pelo menos 6 partidos (PSDB, PSD, PR, DEM, PTB e PMDB) insistindo em influenciar a escolha de ninguém menos do que Alexandre de Moraes para o cargo, ainda que não haja notícias de notório e indiscutível saber jurídico do mesmo. Falastrão na condução da crise dos massacres, deixa impressão de ser estabanado e intempestivo. 

Aí vem a Associação dos Juízes Federais pretendendo instituir o rito até aqui inexistente da lista tríplice de seus candidatos para apresentá-la ao Presidente herdeiro, como a ignorar que a designação para ser apresentado à sabatina constitui ato monocrático do titular do Planalto. 

Por sua vez, o Conselho Nacional dos Procuradores resolveu entrar na “brincadeira” apoiando Júlio Marcelo de Oliveira, Procurador que se notabilizou pela frieza no depoimento em plenário do Congresso para reforçar a culpabilidade dos representantes do Lula/dilma na desconstrução do país.

Possivelmente a Igreja Católica também ingressará na discussão para emplacar um dos seus representantes. Isso porque, segundo consta, o jurista Ives Granda Filho, que é integrante da Opus Dei, que vem a ser a ala mais conservadora dessa Igreja, estaria correndo fortemente fora da disputa com amplas possibilidades de ser sagrado.

Estaria faltando, portanto, os evangélicos que contam com alentada bancada no Congresso, e que muitos dos seus dirigentes não escondem a aspiração de conquistar todos os altos postos desta pobre República. Mas, aí, nesse caso, teriam também as bancadas da bola, da bala e das facções, que dizem que não existe, mas está aí mesmo. 
Enquanto vozes defendem que o herdeiro deveria escolher alguém com perfil assemelhado ao ministro desaparecido, surgem as “candidaturas avulsas” representantes por membros do TCU (Bruno Dantas) e da AGU (Grace Martins).

Abstraído o surrealismo de réus pretendendo elegerem o juiz que irá julgá-los, o presidente herdeiro segue pressionado entre as indicações corporativistas e/ou políticas, o medo das críticas, e o grito de independência que pode gerar dissabores traduzidos em conspirações contra os seus projetos.
É uma zorra!

Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF
       

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