segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

PROJETO TOSCO DE CONSTRUIR -SE COMO MÁRTIR... CONTA OUTRA, LULA! - POR LUIZ SAUL




“Além de honesta, a mulher de César tem que parecer honesta”. 
O Lula está tentando inverter a lógica desse axioma quando começa a insistir na tese de sua candidatura à Presidência da República no ano 18. A inversão está na circunstância de que ele não pode ser mas precisa ser candidato, valendo dizer que ele não é nem parece ser honesto.

Não podendo perder de vista os cutelos dos juízes tanto de Brasília, quanto de Curitiba e também de São Paulo, o ex-presidente está começando a se movimentar na direção do colo oportunista, bajulador e habitual beneficiário dos mandatos petistas de movimentos sociais como o MTST, com o qual esteve reunido em Salvador, ao tempo em que mantém agenda para reunir-se, em Brasília, com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. 

Tudo se compõe no artifício de transformar o anúncio da candidatura (por enquanto, informal) em fato consumado perante a nação, e, a partir de então, manobrar a ingenuidade da opinião pública quase sempre permeável a acatar mentiras demagógicas, para bradar sobre perseguição política, medo, ódio e vai por aí. 

Tratar-se-á da repetição da argumentação canhestra utilizada em contraposição a todos os momentos em que esteve sensível a críticas. Daí, serão renovados os clichês “dazelites” e outros como a rejeição ao nordestino pobre, imigrante e analfabeto. Ora, isso deveria ser o seu orgulho e alicerce, em vez de ficar tomando cachaça e se orgulhando de nunca haver lido um livro. No fundo, o seu projeto é o de construir-se como mártir.

Provavelmente o ex-presidente jamais compreenderá as circunstâncias que diluíram a sua condição de quase unanimidade nacional para transformá-lo no arremedo de homem público de iminente encarceramento atual, cuja credibilidade e liderança sequer abrange antigos companheiros. 

Anda falando em agenda econômica como se o desarranjo da macroeconomia não fosse o fruto podre das gestões da dupla dilma/Lula; anda repetindo que “vamos voltar a governar o Brasil” como se não o tivesse desgovernado; anda conclamando que “nós, juntos, vamos consertar o país”, e eu pergunto: Como assim, cara pálida? Me inclua fora disso por que eu mal administro os meus próprios erros!

A arrogância renitente tornou-o de tal forma indiferente à percepção do fracasso que nem se preocupa com o fato de que todos os seus eventos de natureza política são agora realizados em ambiente fechado, ladeado de seguranças, e, que, diferente dos tempos áureos da Odebrecht, em geral patrocinados pelo Gustavo Boulos, do MTST, ou figuras assemelhadas. Não se trata de preconceito, apenas de um olhar sobre a decadência.

Talvez por conta do desarrazoado devaneio, tem insistido que “essas pessoas” ainda haverão de lhe pedir desculpas. No caso, “essas pessoas” devem ser os membros do MPF, da Receita Federal, da PF e, claro, o juiz Sérgio Moro. Ignora que no próprio seio da militância já se brada que “Lula não nos representa”, como aconteceu em Brasília, com parte dos educadores virando as costas à sua falação. 

Seria necessário um absoluto excesso de imaginação avaliar que aqueles poderes se reuniram para forjar tantos indícios de responsabilidades contra o ex-presidente na construção de processos envolvendo o tríplex, o sítio, as palestras, o direcionamento das propinas, a advocacia administrativa, o desvirtuamento das relações institucionais, o compadrio, as relações extraconjugais (que não é crime) e outras anomalias.
Conta outra.


Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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