segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

UM PARTIDO DE BAIXO PREÇO EM SITUAÇÃO DE POUCO APREÇO - POR LUIZ SAUL




Cansado de inutilmente alardear aos céus a tese do golpe como forma de se desculpar da má gestão e das falcatruas que colapsaram o país, o PT começa a ensaiar a submissão ao oportunismo que lhe acene algum protagonismo, ainda que de segunda categoria. Sua vassalagem dar-se-á no cenário das eleições para as presidências tanto do Senado quanto da Câmara dos Deputados. 

Isolado e sem força, somente restará ao partido apoiar candidatos apontados pelo Palácio em circunstância que, querendo ou não, corresponderá à negativa do iracundo discurso do golpe em que tão furiosamente se escondeu. Agora já não tem alternativa porque necessita de pelo menos uma secretaria de segundo escalão nas mesas de ambas as Casas para ter um remoto acesso à tomada das decisões. 

Trata-se de um sofisma e de uma busca de tábua de salvação, ainda que isso represente desavergonhado despojamento ideológico em troca de cargos e de um resquício de protagonismo. É um partido de baixo preço em situação de pouco apreço. Brevemente, em fevereiro, a torcida brasileira verá desfiles de braços dados e discursos afinados de, por exemplo, Lindbergh e Caiado, Gleisi e Renan, Fátima (é górpi) e Anastasia, e assim por diante. Isso, naturalmente, se ninguém for preso, antes.

Cada qual se vira como pode. Basta ver o Lula e o seu natural pressentimento de que, apesar de todas as bravatas, dos anúncios e dos ensaios, sabe que não poderá ungir-se candidato, no ano 18, à Presidência da República, nem a síndico.

Daqui até lá todos os discursos em torno da ideia de sua candidatura serão mantidos, assim como a convocação das buchas de canhão, dos chamados movimentos sociais que já não contam com verba federal (ou da Odebrecht) nem com bolsa mortadela, transporte gratuitamente orientado, e principalmente dízimos oriundos do empreguismo populista dos últimos mandatos. 

No entanto, a coisa sorrateira continua percorrendo os subterrâneos do PT. E por isso, depois de uma resistência planejada e de sugestões de que o partido deveria renovar os quadros, está aos poucos montando uma “renovação” em que ele próprio será o presidente, devidamente acompanhado de “noviços” em política do tipo LIndberg, Jaques Wagner, Luiz Marinho e outros postes a serem inventados para ocuparem vice-presidências do partido. Alguns, nesse caso, correm o risco de prisão antes da “renovação”. O que o Barba parece ignorar é que não é mais uma unanimidade na sigla. Narizes já torcem.

Sob alguns aspectos, até que se pode compreender o interesse e a afeição à majestade de quem afinal reinou no país por tanto tempo, e, que, quando deixou o trono, manteve o financiamento de sua popularidade à confessada custa da empresa construtora em troca de sua movimentação internacional para a produção de lobbies. Nada mais natural, especialmente porque, segundo se noticia, para cada um dólar gasto no processo criminoso, a empresa lucrava quatro dólares. Um Midas com uma mina. 

Bom, mas, uma vez compreendida essa virtual subalternidade, será importante dizer que o apego ao poder em troca de coração, mente e caráter não constitui exclusividade petista. Basta olhar para o Renan Calheiros, prestes a se desapeado da presidência do Senado. O rapaz alagoano está vendendo a mãe (e entregando) para conseguir ou a presidência da CCJ ou a liderança do partido na Casa. 

A esses políticos, pouco se lhes dá que claudique o onagro, aprazem-nos acicatá-lo, ou tanto faz que a mula manque, eles querem é rosetar.

Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF
      

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