terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

GOSTANDO DE VIVER PERIGOSAMENTE... DESISTO DE CONFIAR! - POR LUIZ SAUL



Nada como o tempo para produzir ou desmentir as lendas. 

No tempo daquela mulher, a gente caia de pau no governo pelo fato de manter 36 ministérios do tipo cabide de emprego ou de acomodação de aliados, ou ainda para garantir foro privilegiado aos potenciais delinquentes das relações palacianas. Até o Lula foi flagrado em conluio com a tal presidente para disfarçar o medo de uma iminente prisão através de sua nomeação para a Casa Civil. 

Aí então, veio esse homem que está aí prometendo o controle dos gastos, as reformas disso e daquilo outro, assim como a garantia da redução do número de ministérios. Conversa vai, conversa vem, o homem apenas trocou da designação de ministério para secretaria e consequentemente de ministro para secretário. Aí então, conversa vai, conversa vem, um dos secretários muitas vezes citado, o Moreira Franco (o Angorá), poderia ser preso e era oportuno tomar uma providência. De novo, conversa vai, conversa vem, e o homem promoveu a secretaria a ministério, e consequentemente o secretário a ministro com foro privilegiado longe do alcance do Moro.

São iniciativas dessa natureza que faz com que o sobrenome Temer pareça cada vez mais com Rousseff; daí, Michel Rousseff. Acaso resolva continuar com o patronato de causas perdidas é de lembrar que são tantos os citados e em condições de serem indiciados que não haverá tantos ministérios para acoitar os amigos. Por isso, a moda não pode pegar.
No episódio em questão relativo à sagração do Moreira Franco como Ministro do esquisito Ministério da Secretaria Geral, bem que se compreende a nomeação porque se trata do sogro do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de quem o Michel tanto dependerá na presente legislatura. 

Esse tipo de fato sobretudo demonstra que nada mudou quando se tratar da autopreservação ou de terceiros acumpliciados para consolidar e encompridar o poder. São hábitos de proselitismo que remanescem ainda do Império em uma época em que o brasão de família, o sobrenome ou a intimidade com a coroa determinava a segregação cidadã e o esgarçamento do tecido social. A arrogância faz muitas vezes o governante brincar com o perigo.

Vai daí que os partidos de oposição – especialmente a oportunista Rede –, fazendo a perfeita analogia ao episódio em que aquela mulher intentou nomear o Lula para a Casa Civil que tem status de ministério, decidiram querelar contra a nomeação do Angorá. É também uma forma de os partidos saírem do atual ostracismo. Não demora muito e esses partidos poderão adotar o lema de “não está muerto quien pelea”. 

Além disso, outras vozes de eminentes aliados do presidente herdeiro estão elevando o tom contra a inauguração desse tipo de ato que se imaginava ser a marca dos governos anteriores sob o comando petista. Nessas condições, a iniciativa de abrigar o Angorá como ministro pode momentaneamente protegê-lo do Juiz Moro, mas tem o condão de transparecer a mais indesejável simetria entre os governos dilma/Lula e o atual mandato tampão do homem que está aí, gostando de viver perigosamente. 
Desisto de confiar!



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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