terça-feira, 7 de março de 2017

PARA O PAIS SOBRA NECESSIDADE DE APURAÇÃO... POR LUIZ SAUL


 Presidente Temer, a luta  entre a pinguela e a tormenta ...

Aqui, no Planalto, todos já acostumados com o conceito de que toda semana é do fim do mundo, com uma parte das culpas sucumbindo a distúrbios de pressão arterial, aneurismas pra cá, AVCs pra lá, depressões nervosas e ataques de pânico pra acolá no universo das fobias de cada um. A renitência de pormenores das crises de sobreviverem e se repetirem a cada semana funciona como a garantia de cabelos eriçados pela inquietação de poltrões ora despidos de jactância recente. 

No Palácio, por exemplo, a cada gaveta ou porta que se abre entra uma agrura seguida de um chororô. Dividido entre defender alguns dos indefensáveis auxiliares e apartar as aparentemente inseparáveis contas de campanha suas e as daquela mulher, o presidente herdeiro ainda verte latas de suores ante a iminente divulgação das delações do Marcelo e demais asseclas, sem contar que estão na mesma fila as demais empreiteiras prontas para a própria cantata, tudo em condições de determinar a cassação da chapa. Ora, em uma avaliação rasteira, fica a impressão de que se a “sociedade” serviu para os eleger, haverá de aplicar-se para puni-los em igual medida. Mas, tudo é possível.

Tanto tudo é possível que, somente por conta da aridez de confiabilidade e esperança vigente, abre-se o espaço para os oportunismos como é o caso do reavivar da discussão em torno do foro privilegiado, patrocinado pela Marina Silva. Mesmo compreendendo a oportunidade da rediscussão do modelo ou mesmo da sua extinção, a ambientalista usa os prepostos mais para resgatar espaço perdido do que um ato republicano. Não é demais lembrar que, por aqui, a discussão sobre o tal foro tem ares de cruzada cristã, enquanto que, na França, por exemplo, somente o presidente e os ministros portam a regalia. E, mais que isso, a simples investigação sobre  sobre publicações indevidas, fez com que o Parlamento Europeu retirasse a imunidade de Marie Le Pen, candidata à presidência daquele país. 

Aliás, na mesma sugestiva linha de desqualificação de quadros é que o Romero Jucá – aquele da suruba – está sendo reconduzido à liderança do Governo no Senado, bem ao gosto da perpetuação, uma vez que apesar do curriculum pouco abonador e da inclusão na lista das propinas, já exerceu a função nos mandatos de Fernando Henrique, Luiz Inácio, e dilma Rousseff, além de haver ocupado por curto prazo o Ministério do Planejamento. Ou o cara é muito bom, ou falta gente qualificada, ou, ainda, os rabos estão muito presos.

Alheio, no entanto, o herdeiro segue agasalhando acólitos envolvidos em suspeição de práticas ilícitas, ou por escassez de qualidade ou por ignorar os riscos de uma governança contaminada, reduzida aqui ou ali apenas pela ocupação de leitos hospitalares, ou quando eventualmente a gravidade das denúncias barra na origem a pretensão das escolhas. Nos dias e condições atuais, escolher um auxiliar ilibado se assemelha a buscar uma agulha no palheiro.

Com os resquícios de algum prestígio anterior em processo de liquefação o herdeiro debate-se entre uma intenção e outra de reforma estrutural, mas que, na condição de refém dos “aliados”, dançará segundo a música destes, sem meios de faturar um êxito eventual que, se houver, será creditado aos “esforços democráticos” da aliança. É preciso ter estômago forte!
 
Chegam a parecer aqueles que estão cantando loas ao Bhrama e àquela mulher pelas águas que chegam de um projeto inconcluso, sem qualquer menção minimamente crítica à multiplicação do tempo eleitoreiro do empreendimento, à repetição dos faturamentos, aos desvios de verbas públicas, aos enriquecimentos ilícitos decorrentes. 

Para os beneficiários, o importante é a água chegando e nisso têm toda a razão pela perspectiva da melhoria da qualidade da vida, e, em algumas situações da sobrevivência pura e simples, cuja fatura será apresentada no ano 18 sem qualquer pudor.
Mas, para o país sobram necessidades de apuração.



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasilia - DF

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