sexta-feira, 21 de abril de 2017

NO PAÍS, BRASIL, EM QUE O IMPONDERÁVEL É TANTAS VEZES PREVISÍVEL... POR LUIZ SAUL



Mais uma vez, um desses homens maus, no caso agora um casal de maus, representado pela Mônica Chicleteira e João Santana, resolveu desinocentar (minha licença poética de neologismo) aquela mulher que, tal qual o seu mentor – o homem mais honesto deste país – se considerava inatacável na honra pessoal, além de jamais haver praticado um delito por si ou por interpostos, e também de haver sido injustamente afastada pelo golpe parlamentar patrocinado por outras mulheres más e homens maus. 

Dizem que, lá de Nova York, aonde ora vem se escondendo, ora tentando parecer estadista injustiçada, a mulher reagiu apoplética à notícia de que o casal cantou em bom e harmonioso som a canção da entrega. Para quem tem conhecimento de suas reações quando, ainda na presidência, atirava copos, garrafas, cadeiras e o que estivesse à mão, entre os mais baixos calões quando contrariada, é fácil imaginar o aconteceu. Mas, se quebrou algum bem do hotel, terá que pagar. Nada é como antes. E logo ela dirá que não conhece nem a Sra. Mônica nem o Sr. João, que são mentirosos, como tem acontecido com quem canta.

A delação do casal de maus poderá implicar, dentre outras coisas, o bloqueio a que a mulher possa recuperar o foro privilegiado pela via de uma eleição, no ano 18, e, quem sabe, fugir do Moro, já que no Brasil tudo é possível. Por isso mesmo, vem cogitando candidatar-se a deputada (estadual ou federal) ou a senadora, pelo Rio Grande do Sul, contando naturalmente com a secular ausência de memória do eleitor, no caso, o eleitor gaúcho. Mas, bem que poderá ser por São Paulo, às expensas do espólio do seu partido, o PT. Dá no mesmo.

Para o casal do mal tudo é vantagem, uma vez que depois de todas as estripulias realizadas em campanhas eleitorais na Américas Central, do Sul, Caribe e África, nas quais entesourou algo equivalente a muitos grandes prêmios acumulados de loteria, saem quase limpos do processo, devendo submeter-se à “provação” de 1 ano e meio de prisão domiciliar na bela e paradisíaca Bahia, perder cerca de R$22 milhões ora depositados em banco suíço, e pagar a irrisória multa de R$ 6 milhões, além, é claro de perder também o valor de R$30 milhões com os quais pagou a fiança de ambos. Uma ninharia... 

Na verdade, vivemos em um país em que o imponderável é tantas vezes previsível que se transforma em reles vulgarização, como, aliás, se vem demonstrando no Congresso e nas novidades apresentadas pelas delações premiadas, ainda que os delatores pertençam também à raça pornográfica da degradação. 

Na questão dos usos e costumes da moda, sabe-se agora de reestilizada criação da ceroula prêt-à-porter para o transporte de propina em uma modernização do antigo carregamento de dólar na cueca feito por assessor a serviço do petista cearense José Guimarães, irmão do “desaparecido” José Genoíno. 

Já no Congresso, o senador Requião – conhecido no seu Estado, o Paraná, como Maria Louca – adotou blefe para mentir sobre a anuência do Juiz Sérgio Moro sobre a versão do projeto da Lei de Abuso Fiscal em que é relator, de forma tal que trouxe, em tese, o magistrado para o centro da proteção aos “nossos” bandidos parlamentares em detrimento das instituições de controle, e, mais que isso, na construção de ferramenta de intimidação da magistratura. Certamente não acreditou na globalização e na velocidade das informações, pois, ato contínuo o Juiz o desmentiu e condenou o modelo de lei pretendido para o desânimo dos Renans e demais implicados nas irregularidades sistêmicas. 

Resulta que, apesar da presunção de mordaça esposada, na expectativa de efeitos imediatos, o Projeto passará por novos questionamentos acerca de sua constitucionalidade a ser discutida no plenário do STF, podendo, antes disso, ser objeto de veto pelo presidente herdeiro, que, sendo um constitucionalista, enfrentará, no mínimo, o dilema de vetar a coisa, ou se acumpliciar a projeto de ofensa à Carta.




Por: Luiz Saul Pereira
        Brasilia _ DF

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