quinta-feira, 4 de maio de 2017

E DÁ-LHE BRASIL! - POR LUIZ SAUL



Até que faria sentido a frase do Lula, no Rio Grande do Sul, de que “vamos recuperar o país”, acaso se tratasse de um pedido de desculpas em busca de remissão de tantos pecados. Afinal, esse antigo sindicalista – hoje um milionário com uma fortuna de origem não explicada – foi o responsável pela obra da destruição, devidamente aperfeiçoada por aquela mulher que o sucedeu. Da forma como fala, fica mesmo a impressão de que o desemprego, a inflação, o descrédito, os assaltos às estatais, as associações com as empreiteiras, os financiamentos das ditaduras não têm qualquer comunicação com os mandatos do Partido dos Trabalhadores e tudo começou com o impeachment.


Aliás, agora que está retomando com mais afinco a carreira solo, centrando principalmente na enorme rejeição ao Temer e separando os eventuais efeitos contraditoriamente positivos da elevadíssima exposição midiática dos seus crimes (ao estilo falem mal mas falem de mim), e ainda surfando nos dados da pesquisa da Datafolha, não se sabe porque levou a dilma para o palanque lá na cidade de Rio Grande. Ora, mesmo dentro do PT a mulher já se encontra isolada e apontada como mascote do fracasso, sem o espaço que na verdade nunca teve no antro. Era apenas uma invenção mentirosa. 



São dois personagens malsãs e cesaristas, cada qual disputando narrativa de pretensa perseguição, em que a mulher insiste em se dizer vítima de golpe e fala como presidente exilada, enquanto o homem, afirmando-se o honesto do país, plagia o ídolo Fidel, na espera de que a História o julgue. E julgará! Mas, o fato é que, nas circunstâncias atuais, o criador já não poderá conviver com a criatura. A História rapidamente dirá!

A sorte deles é que nessa coisa de desprezo à realidade, de desrespeito às instituições e de especial desdém à sociedade abandonada, e ainda de manobrar versões para o atendimento de conveniências próprias, eles não estão sozinhos. Basta notar a nova traquinagem do deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara.

Criativo em benefício dos seus pares (e até dos ímpares), está desenvolvendo o raciocínio de que os eventuais crimes dos parlamentares anteriores a 2015 (ou seja, anteriores ao mandato atual) não devem ser levados a julgamento pelo Conselho de Ética, uma vez que se encontram prescritos, em sua tese. Como todos os demais, desceu a lenha nas ações teoricamente açodadas da Lava Jato e no Judiciário.

Estar-se-ia assim criando a irmandade improba com a filosofia de culpabilidade estanque e garantia de antecipação prescricional programática de crimes do parlamentarismo branco, preto, azul, enfim, do arco-íris.

Em meio a essa desestruturação político-moral-intelectual tem aí essa tentativa do cumprimento de um antes improvável mandato tampão por um presidente que defende reformas indispensáveis para a preservação da Previdência, em um caso, e modernização das relações trabalhistas, em outro, portando um cofre que pode comprar adesões, mas, com um aparato de comunicação intempestivo e incapaz de convencer a sociedade sobre o acerto das suas propostas.
E dá-lhe Brasil!


Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro leitor, seja educado em seu comentário. O Blog Opinião reserva-se o direito de não publicar comentários de conteúdo difamatório e ofensivo, como também os que contenham palavras de baixo calão. Solicitamos a gentileza de colocarem o nome e sobrenome mesmo quando escolherem a opção anônimo. Pedimos respeito pela opinião alheia, mesmo que não concordemos com tudo que se diz.
Agradecemos a sua participação!

NOSSOS LEITORES PELO MUNDO!