quinta-feira, 20 de julho de 2017

MOMENTO DE MEDO, TEMER X LULA - POR LUIZ SAUL


Difícil avaliar quem está com mais medo neste momento, se o Temer ou o Lula, até porque não temos como medir e comparar os índices do pânico de cada um.
No caso do Presidente, embora a prática não republicana de barganhar a absolvição mediante a troca de votos absolutórios por emendas parlamentares possa sugerir uma remota possibilidade de inabilitar a acusação de corrupção passiva, outros fantasmas estão à sua espreita, e caso venham à tona, as suas atribulações terão o furor de tsunami. Nesse patamar, estão as delações do Lúcio Funaro que dizem estar no forno, e do Eduardo Cunha, que dizem estar sendo negociada.
Pelo que se comenta, o conteúdo de cada manifestação desses dois personagens poderia palmilhar a trilha do Presidente na direção do olho efetivo do furacão, se é que isso é possível, inclusive com a possibilidade de reforçar os argumentos do PGR Janot na formulação de novas denúncias com o apontamento de outros crimes, abandonando, inclusive, a gravação da dupla sertaneja, a qual, se for rejeitada no mote de agora, no plenário, fatalmente será imprestável para outros indiciamentos.
No momento, parece que a turma palaciana anda animada com a perspectiva da absolvição, ou seja, da não admissibilidade do crime sugerido de corrupção passiva do chefe, mas todos suam frio com expectativa do surgimento de fatos novos originados das delações ou de outros movimentos até aqui desconhecidos. Estamos no Brasil, um país em que as verdades são momentosas e inconfiáveis.
Já o Lula, se não bastassem a condenação com a qual conviverá até o julgamento na segunda instância, em período em que a cara de paisagem não elidirá o pavor, vai que o Ministério Público Federal fundamentou o convencimento do Juiz Sérgio, e este determinou o bloqueio – não se trata de confisco, ainda – de ativos que somados, alcançam algo como R$10 milhões, entre os valores sonantes (mais de R$600 mil) depositados em 4 bancos, mais 3 apartamentos e um terreno. Isso, sem falar no tríplex que já havia sido bloqueado. Do ponto de vista financeiro não se imagina que esse seja um problema para o Barba. Não lhe faltará dinheiro e, se faltar, correrão uma vaquinha, tal qual fizeram para o José Dirceu.
Acontece que tem mais! E mais gravoso! E mais perigoso! É assim que o observador percebe o fechamento da delação premiada à Polícia Federal do Marcos Valério – aquele antigo operador do Mensalão – ainda que não tenha sido validada pelo Supremo.
Caso o seja, consta que o delator falaria em primeiro lugar sobre o mensalão mineiro, precursor do Mensalão, envolvendo as figuras políticas de então, em Minas Gerais. Mas, para mitigar os 37 anos de prisão aos quais foi condenado, poderia mencionar outras relações perigosas de que teria também protagonizado. Teria também um sabor de vingança por haver sido abandonado na masmorra, sem ajuda dos cúmplices da área política.
Seria o momento da ebulição total da fervura, acaso descesse a detalhes de acontecimentos políticos ocorridos no ABCD paulista, trazendo de volta à cena o Bumlai, o Sombra (in memorian), o Ronan Pinto, o Lula, o Seminarista, e, o que seria pior, os infaustos do Celso Daniel e do Toninho do PT, para quem se lembra desses personagens e está a par dos acontecimentos de então.
Se isso acontecer, acredite distinta plateia, o Temer estará no refresco.




Por: Luiz Saul Pereira
        BRASÍLIA - DF

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro leitor, seja educado em seu comentário. O Blog Opinião reserva-se o direito de não publicar comentários de conteúdo difamatório e ofensivo, como também os que contenham palavras de baixo calão. Solicitamos a gentileza de colocarem o nome e sobrenome mesmo quando escolherem a opção anônimo. Pedimos respeito pela opinião alheia, mesmo que não concordemos com tudo que se diz.
Agradecemos a sua participação!

NOSSOS LEITORES PELO MUNDO!