sexta-feira, 14 de julho de 2017

O DEBOCHADO EX-PRESIDENTE LULA... POR LUIZ SAUL



Debochado, o Lula, em entrevista coletiva de hoje (13/7), informou que não se manifestou ontem – data da condenação – porque tinha assunto mais importante para se ocupar, no caso, a vitória do Corinthians sobre o Palmeiras. Conquanto a ironia haja arrancado aplausos dos sectários, desnudou também o descaso com a Justiça, reforçando o discurso de ainda parecer uma espécie de santidade inalcançável pela malha da Lei, como acreditam os petistas.
Apegado à tese da perseguição e das motivações políticas que, na versão, estariam movendo o juiz Sérgio Moro, o ex-presidente abstrai que a atuação do magistrado não tem bandeira e que pelo seu crivo já passaram tantos membros de outros partidos, como Gim Argelo, Luiz Argolo, Eduardo Cunha, e outros de siglas diferentes, quanto empedernidos petistas tal qual André Vargas, Pizzolato, Palocci, Delcídio, Delúbio Soares, sem repercussão na mesma intensidade ou desconfiança de motivação política.
Ao colocar-se desde já, como disse na coletiva, como postulante à candidatura para Presidente da República, desconheceu a sua condição de estorvo perante à economia nacional, uma vez que, incontinenti à notícia da condenação em primeira instância, a Bolsa de Valores encerrou o pregão em alta e com o dólar em baixa, nesse cenário de paradoxo compreensível. A euforia do mercado transparece voto de confiança nas instituições da Justiça e nos sinais de rejeição explícita aos métodos imperativos que reinaram em sua passagem pelo poder.
Na fila, ainda mais 4 indiciamentos por crimes diferentes, mas conexos com o sistema corrupto instalado, cujos julgamentos somente não prosperarão se a multiplicidade das instâncias e a morosidade da aplicação das leis impedirem o curso da Justiça. Releva notar que alguns especialistas, debruçados sobre o conteúdo do veredito, ressaltaram as cautelas do juiz, além da sensação de que pegou leve com o Barba, assim afastando a hipótese de disputa política que lhe foi atribuída, e que, aliás, foi exaustivamente desmentida ao longo da sentença.
Nada obstante, criativos e fanáticos, seus seguidores estarão sob o comando da Gleisi Hoffmann, também ré, para a sugestão de argumentos de qualquer natureza para sugerir uma inocência que não se prova. Aliás, o fanatismo é tamanho que, tomados de surpresa pela condenação (que nem era surpresa), abandonaram a sabatina da nova PGR, no senado, e a denúncia contra o Temer, na Câmara, para se dedicarem à indignação contra o Moro.
Fica compreendido, porém, que esta primeira condenação, ainda que contribua para esfacelar a imagem desse herói de pés de barro, não tem, ainda, o condão de inibir as suas ambições políticas, mas, somente a magia de retirá-lo da primariedade criminal, uma vez que a mancha está posta tal qual uma tatuagem indelével daquele tipo “sou vacilão.”
Depois de algum tempo comemorando o derretimento do Michel Temer, o Lula acaba de retomar o status de importante plêiade de negativação pública, passando a dividir com o mesmo Temer o resumo do descrédito. O Presidente agradece a solidariedade involuntária.
Agora, é remar, com uns torcendo pela confirmação da sentença na segunda instância, no TRF4, e pela apresentação dos outros 4 indiciamentos, enquanto que outros seguirão fortalecendo a hipótese da impertinência e da ausência de provas em que se teria baseado o juiz de Curitiba para a condenação do seu herói.
A lição que fica de tudo isso é que, apesar de tudo, as instituições seguem funcionando, e também que as repercussões nas ruas contra e a favor não tiveram os impactos de antes.
Segue o mimimi...



Por: Luiz Saul Pereira
        BRASÍLIA - DF

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