E T E R N A
Liège de Melo
É sábado, longo sábado -
tão longo que nele tudo é falta.
Há espaços inertes, sombrios, vazios -
sem caminhos ou atalhos que levem a você.
Há na mente memórias: de pele, de laços,
de aromas e abraços
que dançam, balançam
com os sons dos seus passos.
Ouço a tradução da sua voz
ao dizer, sem querer, palavras tão suas,
medidas, coladas, em seu jeito impar de ser.
Nesta vida, da qual sou personagem,
tudo em mim tem mudado:
em dias de sol sinto opacidade
em dias de chuva não sinto o perfume da terra.
Vivo sem chão, tão em vão, na mãe terra.
Andando em eterno vácuo,
sem rumo, sem prumo - em guerra.
Sem lhe ver, sem lhe ter...
Minha mãe e t e r n a.
Saudades!
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