segunda-feira, 30 de julho de 2018

SUBESTIMAR AS REDES SOCIAIS COMO FORMADORAS DE OPINIÃO PODE TER SURPRESA - LUIZ SAUL


Depois de assistir à marca do seu produto despencando o valor de mercado nas bolsas de valores internacionais, com perdas bilionárias (em dólar), os administradores do Facebook decidiram por uma depuração nas publicações, não apenas pelos prejuízos, mas principalmente pelo cerco judicial em alguns países, mas também pelo aspecto da credibilidade que a sua rede social vinha definhando, a ponto de transformá-la em uma rede de mentiras.
Criado originalmente para ser um alvissareiro fórum público neutro cuja instantaneidade retirou pessoas de um anonimato relativo, fazendo florescer relações de natureza difusa, essa rede social migrou aos poucos a sua finalidade, de forma que, mesmo sem perder a característica originária da troca de receitas e audições musicais, transformou-se também em mecanismo de licenciosidade perversa capaz de destruir imagens através de notícias falsas.
Afora essa libertinagem, porém, é de se reconhecer que, no caso brasileiro, a rede social inaugurou novos comportamentos de politização de razoável parcela da sociedade, trazendo à luz conhecimentos sobre as coisas e principalmente sobre os homens do país, como meio de permitir a depuração mínima entre aqueles informados e conscientes.
Vale dizer que, por aqui, pode haver ganhos entre as perdas, pelo menos em tese.
A exclusão de páginas e perfis na forma anunciada poderá ser o início da recriação da empresa, em condições de restabelecer a credibilidade, desde que as reavaliações continuem, com as consequentes eliminações, independentemente dos autores ou das tendências.
Nada impedirá, contudo, que a criatividade dos oportunistas encontre meios de reativar a atividade de discriminação. Afinal, o Facebook é uma empresa privada que se rege pelo lucro das publicações e da visibilidade que imprime aos produtos veiculados.
Basta notar que, olhando para a proximidade das eleições brasileira em que os recursos financeiros serão escassos, os candidatos já têm montado o seu sistema de disseminação positiva das respectivas imagens por intermédio da rede social.
Depois que for permitida a propaganda eleitoral, todas as redes sociais serão invadidas pela manipulação das notícias dos candidatos, em substituição aos santinhos e aos comícios, no processo de enganação dos eleitores.
Mas, para quem subestimou as redes sociais como importantes instrumentos de formação de opinião, relegando-as à condição de fórum de troca de receitas de bolo e de salpicão, pode ter enormes surpresas.
A ver.


Por: Luiz Saul Pereira
        BRASÍLIA - DF

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