Cerca de 8% da população do Recife pratica trabalhos voluntários,
de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
do portal Transforma Recife, que cadastra pessoas
interessadas em praticar voluntariado na cidade. Sendo assim, a capital
pernambucana tem quase o dobro do percentual médio de voluntários no Brasil,
que chega a 4,4%. (Veja vídeo acima)
Ao todo, de acordo com o IBGE, em 2017, Pernambuco
tinha 149 mil pessoas maiores de 14 anos que praticam algum tipo de
voluntariado. Dessas, mais de 120 mil estão cadastradas no Transforma Recife.
No Brasil, são 7,4 milhões que decidem doar seu tempo para ajudar outras
pessoas.
Para comemorar
o Dia Nacional do Voluntariado, celebrado nesta terça-feira (28), pessoas
ligadas a organizações não governamentais fazem um ato na Avenida Agamenon
Magalhães, no Centro do Recife, para incentivar a solidariedade. (Veja vídeo abaixo)
Na capital pernambucana, duas ferramentas têm
ajudado a aumentar esse índice, dando opções para quem quer doar um pouco de
seu tempo para ajudar os outros.
A primeira é o portal Transforma Recife, lançado em
2014, que reúne mais de 500 organizações não governais que, de alguma forma,
necessitam de mão de obra voluntária ou mesmo de equipamentos e infraestrutura
para continuar ou expandir suas atividades.
Outra das ferramentas disponíveis é o Porto Social, uma incubadora e
aceleradora de projetos sociais, que tem o objetivo de profissionalizar e
potencializar a atuação dessas entidades.
Transforma Recife
Segundo a coordenadora geral do Transforma Recife,
Marcella Balthar, a plataforma foi criada a partir de demanda social.
“Vimos que na cidade havia uma quantidade de ONGs
que precisavam de pessoas para melhorar sua performance em relação aos serviços
prestados e uma quantidade de recifenses que não sabiam quando nem onde podiam
exercer o voluntariado. Assim, as ONGs cadastram suas necessidades e as pessoas
o aceitam”, disse Marcella.
Antes de fazerem parte do portal, no entanto, as
organizações precisam passar por uma avaliação da equipe do Transforma Recife,
que visita as sedes – caso haja – e avaliam de que forma a atuação desses novos
voluntários podem potencializar a atuação das entidades. Uma vez aceitas, elas
alimentam o portal de acordo com sua necessidade, descrevendo as vagas e as
habilidades requeridas.
"Há vagas para muitas opções de trabalho
voluntário. Você pode se voluntariar profissionalmente, que é no caso das vagas
em que é preciso algo específico, como o caso de médicos, mas você pode usar
suas habilidades e talentos. Contação de histórias, arte, música, sempre há
necessidades", explicou.
Porto Social
Se
o assunto é voluntariado, o empreendedor social Fábio Silva pode ser
considerado um expert no assunto. Foi dele a iniciativa de fundar o Transforma
Recife e, dois anos depois, criar o Porto Social, que assessora 85 das mais de
500 ONGs cadastradas no Transforma Recife.
O Porto Social se propõe a "cuidar, zelar e empoderar
os 'muda-mundo'", como são chamados os representantes das organizações
assessoradas no local, que tem sede no bairro de Santo Amaro, no Centro do
Recife.
"Esse é o
melhor jeito de mudar o país. Se a gente não vê mudança na política nem no
empresariado, é preciso convocar as pessoas a participarem dessa mudança. O que
nos move é a vontade de fazer e estimular o bem", diz Fábio.
Fundado em 2016, o local reúne um espaço de
coworking, que fornece estrutura para que as ONGs se reúnam e trabalhem, além
de sede para realização de cursos, mentoria, imersão e outras atividades
voltadas à melhoria dessas entidades. Para se manter atuando, o local recebe
fundos da iniciativa privada, de pessoas físicas, do poder público e de ações
de empreendedorismo social, com a venda de produtos produzidos pelas ONGs.
"Nossa ideia é criar o que chamamos de
ecossistema social, onde as ONGs e as pessoas possam se encontrar para ensinar
cidadania, que infelizmente não é uma coisa com a qual a humanidade já nasce.
Todos os mentores são voluntários e temos um enorme leque de cursos
livres", explicou Fábio.
De
acordo com Fábio, cada caso é diferente na formação pelo Porto Social, e
demanda diferentes atividades para ser acelerado. Após um tempo, essas ONGs
recebem um diploma de graduado, mas a intenção é que elas continuem no local e
que o número de incubações não diminua, como forma de manter esses projetos
sociais atuantes.
"As ONGs passam por um edital, nós montamos uma
banca avaliadora para examinar o potencial dos projetos e de seus
representantes. É preciso haver, ao menos, três líderes responsáveis pelo
projeto. Também avaliamos o impacto do projeto e decidimos se ele tem potencial
para ser incubado", afirma.
Por: G 1 PE
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