DEPOIMENTO DE JÚLIO PEREIRA QUINTO SOBRE PERÍODO ESTUDANTIL NO RECIFE

Eu cheguei a Recife no ano de 1973, junto com Fernando,meu irmão,e Roberto Gusmão. Saímos de Triunfo para fazer o curso médio na Escola Técnica Federal de Pernambuco. 

Morávamos em uma pensão na Rua da Imperatriz, Nº 107, 1º andar e íamos para o Derby à pé. A pensão era da nossa amiga triunfense Antônia Magalhães, conhecida como Ziza, que era a chefe (gente da melhor qualidade), hoje mora em Natal. Tomávamos o café da manhã na Casa do Estudante, que ficava na mesma Rua da Escola Técnica. 

Na Casa do Estudante, tivemos o apoio dos veteranos e eu cito: Zé Gusmão, Carlindo, Hermenegildo, Neidinaldo de Napoleão Carvalho e tantos outros. Já entrosados, fomos morar mais perto da Casa do Estudante, onde pegávamos a Xepa (todas as refeições diárias), por isso, tínhamos o apelido de Xepeiros. Haviam Xepeiros de quase todo o Sertão e destacavam-se pela quantidade os municípios de: Sertânia, Serra Talhada, Triunfo, Salgueiro, Araripina, Ipubi, Bodocó, Ouricuri e Floresta. 

Após concluir o curso de mecânica na Escola Técnica em 1975, prestei vestibular em janeiro de 1976. Fui classificado no curso de Administração Pública na Universidade Federal de Pernambuco, mas só iniciei o curso de fato no segundo semestre de 1977(por motivos de trabalho, já que tinha que trabalhar e estudar). Terminei o curso de Administração Pública e depois paguei as cadeiras restantes em Administração de Empresas. 

Em 1978, Fernando, Galego de Dinda, Raimundo (Mundica), Raul Ramos, Marcelo Viana e outros alugaram um apartamento na Madalena, Rua Demócrito de Souza Filho, Nº 300. Enquanto eu, Roberto Gusmão, Batista e Alberto (filhos de Seu Eulino), Carlos Ferraz, Nilson Madureira e alguns paraibanos morávamos em um apartamento também na Madalena na Rua Antônio Camilo Dias.

Acabei saindo do apartamento em que morava e fui morar na Casa do Estudante, onde fiquei até terminar a minha faculdade em 1982. Porém, em 1980,eu  e meu irmão Fernando demos entrada no apartamento que até então ele morava de aluguel, pelo Banco Nacional de Habitação, entramos com parte do FGTS como entrada. Na época era aquele sistema onde você comprava por R$ 20mil, pagava R$ 30 mil e devia R$50 mil, pois existia o saldo devedor. Apenas no ano de 2000 liquidamos o apartamento já que naquele ano o Congresso Nacional aprovou uma lei perdoando esse tal saldo devedor, após vinte anos pagando as prestações.

Mudei-me de fato para o apartamento após terminar a faculdade já que até então ele estava lotado, como disse anteriormente em 1982. Com isso, alguns jovens saíram de Triunfo e acabaram morando no apartamento. Como eu já era o mais experiente acabava os orientando e sempre repetia a mesma frase “Consolo de pobre é livro”, acabei ganhando também o apelido de Pai véi.

Dentre esses jovens pude acompanhar de fato os meus irmãos João Bosco e Silvestre que foram para fazer Escola Técnica, Silvestre tinha o desejo de trabalhar na área da saúde e fez Odontologia. Luciano Bonfim, que fez o Ensino Médio e saiu após passar no Vestibular de Medicina. Meu sobrinho Jipinho (Carlos Magno), que concluiu o curso de Edificações na Escola Técnica. Adjací e Adelmo Queiroz, que concluiu o curso de Engenharia Química. Normando Henrique, formado em Agronomia. Além de Márcio, Marcos e Maciel, meus sobrinhos que tiveram uma rápida passagem pelo apartamento.

Morei no Recife até me aposentar em janeiro de 1997 pela TELPE S.A. Um ano antes meu sobrinho Juciê também foi para o Recife fazer o Ensino Médio, mas não o “acompanhei” de fato. Também tiveram uma passagem pelo apartamento meus sobrinhos Tony e Tamara (filhos de Fernando) e Myrtes, que morou um período enquanto fazia sua faculdade de Direito. Jefferson também sobrinho acabou morando, no período em que esteve no Recife fazendo Eletrotécnica. Hoje mora meus sobrinhos netos Kallena, formada em Odontologia e Walber, que é Policial. 

Com o passar do tempo o apartamento acabou tornando-se uma base da família na capital, tanto para questões de estudo, saúde ou apenas um local de passagem. 

                                                                                          Júlio Quinto

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