CANTINHO DA POESIA - "A CACHAÇA"

Amigo Carlos Ferraz,
Esta poesia abaixo é de autoria do Dr. Francisco Cordeiro médico Oftalmologista, paraibano que gosta muito da nossa Triunfo. Peço que publique em seu Blog com a minha sugestão pois, é pura cultura regional.

Abraço,

Rogério Mota
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CACHAÇA

Há  muitos anos atras,
Eu vivia encachaçado,
Já bebi, não bebo mais,
Hoje estou regenerado.
Prometi jamais sorver,
O néctar do desengano,
Pra não me tornar profano,
Junto as leis da Divindade,
Mas quando sinto saudade,
Bebo ate lascar o cano. ( Rogaciano leite)


Se a cachaça for boa,
Como a querida triunfo,
O nego vira defunto,
De tanto copo virar,
E tendo o que conversar,
Sobre as coisas do passado,
As horas vão se passando,
Ate a noite chegar,
E quando o cabra adormece,
A nega vem lhe buscar.

Eu nasci na Paraíba,
E bebo desde menino
Mas parece um desatino,
Agora o que vou dizer,
Ela me ajudou muito,
Das coisas ruins esquecer,
Das traições amorosas,
Do abuso de poder,
Das coisas que homem sóbrio,
Não consegue resolver.

A qualidade da cana,
É coisa fundamental,
Para fazer  uma cachaça,
Encorpada e bem legal,
Tem que ser cana caiana,
Num clima bem tropical,
Como a terra do nordeste,
Nunca existiu outra igual,
Sendo  alambique de barro,
 A pinga sai natural.

Lá nas terras do sudeste,
O solo não tem tempero,
E no clima muito frio,
A cana sofre com gelo,
Na hora de fermentar,
Falta o devido segredo,
Sai muita água com álcool,
Com gosto de marmeleiro,
Vai embora o encorpado,
Da cana, nem fica o cheiro.

                                                                        Francisco Cordeiro (Médico Oftalmologista)