Casario colonial imponente e prédios preservados fazem cidade parecer cenário. Ladeiras cheias de cores e belezas encantam os visitantes.
Um cenário coberto de serras e vales a perder de vista, um oásis em plena região da seca. É difícil acreditar que se está no sertão pernambucano. Triunfo é uma terra de muitas surpresas. A cidade, com seu casario colonial imponente e prédios centenários bem preservados, parece mesmo um cenário.
São dezenas de ladeiras cheias de cores e belezas. A limpeza nas ruas chama a atenção. Mesmo em dia de feira não se encontra sujeira, só o encanto de quem descobre a cidade até na sua rotina. “A gente veio para sentir um pouquinho do interior”, diz o estudante Fábio Barbosa de Farias. O dentista Félix José de Frias completa: “Parece uma mini Europa, arquitetura colonial, tudo de bom aqui”.
"Aqui você encontra a felicidade"
José Alberto Pires
Triunfo fascina turistas e atrai novos moradores, gente que encontrou na cidade o endereço dos sonhos, como o casal Tereza e Alberto. Depois da aposentadoria, eles se entregam à vida simples do interior. “Aqui, você no seu dia a dia encontra a felicidade”, conta José Alberto Correia Pires.
Ele foi diretor e dono de colégio no Recife. Ela cuidou de pacientes como enfermeira. Em Triunfo, Tereza e Alberto viraram simplesmente Teca e Bel. Era para ser uma aposentadoria tranquila, mas ela não para um minuto. “Na hora que disser ‘a velhinha parou de trabalhar’, é que ela está perto de ir para o céu”, aponta Maria Tereza Diniz Althoff.
Por enquanto, o céu da Teca é o sítio que pertenceu ao avô dela. O cheiro na beira do fogão à lenha leva ao paraíso. Cozinheira de mão cheia, ela finalmente pode se entregar aos temperos e panelas. Teca trocou a modernidade da cidade grande e voltou ao fogão de lenha. “O sabor é outra coisa! Quando eu vim aqui, eu me propus a ser agricultora, mas eu comecei a fazer um pão...”, diz ela.
Ele foi diretor e dono de colégio no Recife. Ela cuidou de pacientes como enfermeira. Em Triunfo, Tereza e Alberto viraram simplesmente Teca e Bel. Era para ser uma aposentadoria tranquila, mas ela não para um minuto. “Na hora que disser ‘a velhinha parou de trabalhar’, é que ela está perto de ir para o céu”, aponta Maria Tereza Diniz Althoff.
Por enquanto, o céu da Teca é o sítio que pertenceu ao avô dela. O cheiro na beira do fogão à lenha leva ao paraíso. Cozinheira de mão cheia, ela finalmente pode se entregar aos temperos e panelas. Teca trocou a modernidade da cidade grande e voltou ao fogão de lenha. “O sabor é outra coisa! Quando eu vim aqui, eu me propus a ser agricultora, mas eu comecei a fazer um pão...”, diz ela.
E que pão! Ele mudou os planos do casal. O pão caseiro foi o responsável pelo início do segundo tempo na vida profissional da Tereza e do Alberto depois da aposentadoria. Ela começou experimentando receitas para os trabalhadores do sítio. O sucesso foi tão grande que a fama do pão correu de boca em boca e o negócio prosperou mais do que eles poderiam imaginar.
O pão foi o fermento, e dos bons, nos negócios do casal. “Este pão puxou um restaurante, uma pousada... Hoje, nós temos um quadro de 12 pessoas felizes da vida”, conta Tereza. Alberto completa: “Se você notar, as pessoas que se aposentam e ficam sem ter o que fazer, normalmente adoecem. Esse trabalho aqui é o nosso remédio”.
O interior deu ao casal a chance de recomeçar, que, trocando a cidade grande pela vida mais simples no interior, ganhou qualidade de vida, saúde e disposição. “Nós hoje vivemos, realmente vivemos sem medos, grandes medos como se tem na cidade grande”, diz Alberto.
O pão foi o fermento, e dos bons, nos negócios do casal. “Este pão puxou um restaurante, uma pousada... Hoje, nós temos um quadro de 12 pessoas felizes da vida”, conta Tereza. Alberto completa: “Se você notar, as pessoas que se aposentam e ficam sem ter o que fazer, normalmente adoecem. Esse trabalho aqui é o nosso remédio”.
O interior deu ao casal a chance de recomeçar, que, trocando a cidade grande pela vida mais simples no interior, ganhou qualidade de vida, saúde e disposição. “Nós hoje vivemos, realmente vivemos sem medos, grandes medos como se tem na cidade grande”, diz Alberto.
Caio preferiu ficar em Triunfo a ir para a cidade grande, como fez a maioria dos amigos (Foto: Globo Repórter) |
A vida renasce para Teca e Bel, e está apenas no começo para Caio, de 23 anos. Este jovem sonhador não foi para a cidade grande, como fez a maioria dos amigos. Ele enxerga futuro em Triunfo e investe no grande filão do município: abriu uma agência de turismo.
O que mudou em Triunfo e fez o jovem permanecer aqui? “A chegada de universidades, uma educação de qualidade, porque quando a gente está na universidade, a gente está em um ambiente muito fértil para ideias”, analisa o agente de viagem Caio Borges.
O que mudou em Triunfo e fez o jovem permanecer aqui? “A chegada de universidades, uma educação de qualidade, porque quando a gente está na universidade, a gente está em um ambiente muito fértil para ideias”, analisa o agente de viagem Caio Borges.
Ele cursa administração. O campus da Universidade Federal Rural de Pernambucox fica a 40 quilômetros de Triunfo, em Serra Talhadax, e foi fundamental para fixar os jovens na terra natal. Mas foi Triunfo, com tantos tesouros naturais, que deu ao Caio e a outros jovens a oportunidade de trabalhar com turismo.
Há muito o que descobrir. No Pico do Papagaio, ponto mais alto de Pernambuco, com 1,2 mil metros de altitude, há um mirante mais do que privilegiado da natureza. Além da vista deslumbrante do Planalto da Borborema, há outra raridade em Triunfo: a temperatura é bem mais amena do que no restante do sertão. “As pessoas vêm propositalmente nos meses de inverno aqui para cima, para sentir frio mesmo”, diz André. Os termômetros chegam a 8 graus.
Cerca de 250 mil turistas visitam Triunfo por ano. A cidade tem os seus sabores, que o visitante é convidado a experimentar. O melhor é poder ver bem de perto como tudo é preparado. Nos engenhos de cana de açúcar, são preparados doces caseiros e rapaduras de café, laranja e amendoim. No centro da cidade, uma atração leva o turista às alturas: o único teleférico de Pernambuco. E a vista do alto é privilegiada.
Cerca de 250 mil turistas visitam Triunfo por ano. A cidade tem os seus sabores, que o visitante é convidado a experimentar. O melhor é poder ver bem de perto como tudo é preparado. Nos engenhos de cana de açúcar, são preparados doces caseiros e rapaduras de café, laranja e amendoim. No centro da cidade, uma atração leva o turista às alturas: o único teleférico de Pernambuco. E a vista do alto é privilegiada.
Rei do cangaço, Lampião teria se refugiado em sítio que fica entre dois estados (Foto: Globo Repórter) |
Lampião deve ter se encantado quando passou pela cidade. Dizem que o rei do cangaço se refugiou no Sítio das Almas, que guarda histórias de assombração e uma curiosidade: a construção fica entre dois estados. Basta ir da sala para o quarto que se chega à Paraíba. A divisa fica exatamente no ponto mais alto da casa, na cumeeira que divide o telhado.
O guia André Gonçalvez ajuda na formação de outros guias turísticos, para que eles possam permanecer na cidade. “Dá para viver, trabalhar, ser feliz. É bela a nossa cidade e eu tenho o maior orgulho disso”, afirma.
O orgulho é mantido nas tradições. Os caretas, personagens do folclore, estalam seus chicotes pelas ladeiras há mais de cem anos. É uma brincadeira cheia de cor e mistério que só existe nesse oásis do sertão.
FONTE: G1/Globo Repórter 01/03/2013
Acesse: globotv.globo.com
Essa reportagem em rede nacional com certeza vai ser um grande impulso para a cidade de Triunfo, foi uma propaganda positiva e tanto.
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