SINAL AMARELO PARA O BRASIL

 Embora a maioria dos ministros e demais autoridades do governo não vejam, ou finjam não ver, o sinal amarelo está aceso, alertando os brasileiros para turbulências num futuro bem próximo no cenário político e econômico nacional. É que começou a campanha eleitoral visando à sucessão presidencial, num açodamento que só trará prejuízos e pode ameaçar a reeleição da presidente Dilma. Isso apesar da sorte tremenda que ela tem de não existirem na oposição nomes capazes de empolgar o eleitorado. 

O problema é que, cuidando demais da campanha, o governo está perdendo a guerra no que tange aos graves problemas que afligem diretamente os cidadãos que votam. De nada irão valer a simpatia da presidente nem as arengas do seu antecessor se o eleitorado começar a sentir na pele e no bolso os efeitos da imensa gama de erros que marcam a administração petista nos últimos anos. 

Acaba de ser anunciada uma supersafra de grãos no País. Mas logo se constata que não há armazéns para guardar o produto, faltam estradas e ferrovias em condições de transportá-lo aos terminais de embarque, ao mesmo tempo em que a baderna chega aos portos com greves e protesto capazes de comprometer as nossas já declinantes exportações. 

Começa a faltar energia elétrica por todo canto. Os apagões são frequentes nas diversas regiões do País. Na semana passada, o aeroporto de Brasília ficou por algumas horas às escuras. O governo não investiu em estradas, ferrovias, portos, energia. As obras milagrosas do PAC estão atrasadas, muitas não saindo do papel. A inflação está fugindo ao controle e os preços começam a subir nos supermercados. 

Casas do programa de habitação apresentam rachaduras e defeitos antes mesmo de habitadas. Enquanto a corrupção e a impunidade ainda grassam na administração pública. Os marqueteiros oficiais vão ter muito trabalho para maquiar o quadro político e econômico do País. 

A antecipação da campanha eleitoral desvia os governantes da tarefa de governar e abre as portas para o oportunismo, as negociatas, os conchavos, com a conta sempre enviada ao contribuinte. A sorte da presidente e dos seus companheiros é que nunca na história deste País, como diria o cara, tivemos uma oposição tão incompetente, omissa e fisiológica como a de hoje.

Mas, mesmo assim, o espectro da crise já é visível. E se a coisa piorar pode tirar os votos com que dona Dilma pretende conquistas mais quatro anos de mandato. E não há como botar a culpa no Fernando Henrique.

Fonte - Coluna De Brasília