Este feriado traz o dia da Proclamação da República. Vamos comemorar, somos brasileiros, um povo que não desiste nunca. Um povo que se orgulha de si mesmo. Que se reconhece, se valoriza, se respeita e se ama. Há ode melhor a este povo, que seu hino?
Sim, estou falando do hino nacional. A grande ironia: o país tem 4 hinos. Cada estado tem seu hino também. Alguns municípios têm hino… Só um é conhecido. Então, tá bom. Fazer o quê? Vamos rir, e olhar o hino nacional conhecido do povo desse Brasil varonil.
Esse mesmo hino, que fazem questão de ensinar errado – ou cantamos um hino inteiro, ou não cantamos. Deve ser por isso que os nossos atletas penta-estelares sempre passam vexame em campo, na hora da cantoria que se transforma em dublagem mexicana mal feita. Cada palavra (desconhecida) do hino é verdadeira para todos nós. Vamos a elas, deixemos o Hino Nacional cantar nossas qualidades.
Heróis. Nunca desistimos, é verdade; isso, porque não começamos nada. Fazer algo concreto pelo país parece trabalhoso demais. É melhor ficar em casa, acompanhando tudo pela Globo News. Somos verdadeiros heróis da passividade, da leniência e da servidão. Somos nós os heróis que NÃO lutam todos os dias por sua pátria. Nós permitimos que aqui se faça um picadeiro sem limites, pra xingar muito no Twitter depois.
Iguais. Somos todos iguais perante a lei, mas só quem mora na favela é criminoso. Somos todos filhos de Deus, mas só são realmente abençoados os filhos dos doutos políticos e celebridades, que moram todos no Leblon ou Moema e não passam por dificuldades – papai tudo resolve num boletim não-publicado (vulgo ato secreto). Sim, nós brasileiros somos todos iguais, até acharmos um pretexto pra nos sentirmos melhores que o povo – porque povo são os outros, sempre.
Belos. Somos sim, todos nós. Exceto quando não somos descendentes da Xuxa ou do Taffarel, disse o sábio Chico Buarque. Somos todos belos, se tivermos as medidas divinas de Paulo Zulu ou de Gisele Bündchen. Somos todos fabulosos, exceto quando temos medidas tipicamente tupiniquins. Somos todos belos, quando nossa anatomia NÃO é daqui.
Fortes. E quem pode negar a força da inércia em que estamos imersos? Estamos cogitando privatizar ou terceirizar serviços que são de competência exclusiva do Poder Público, como a segurança. Somos fortes, sim. Fortes o suficiente para sermos fracos e frouxos diante dos outros e virarmos as costas para nossos irmãos e nossa terra.
Fortes. E quem pode negar a força da inércia em que estamos imersos? Estamos cogitando privatizar ou terceirizar serviços que são de competência exclusiva do Poder Público, como a segurança. Somos fortes, sim. Fortes o suficiente para sermos fracos e frouxos diante dos outros e virarmos as costas para nossos irmãos e nossa terra.
O hino descreve um país cheio de maravilhas. A rosa mais bela, em botão, do Novo Mundo de outrora. A realidade é outra; os campos hoje já não têm flores, mas areia ressequida, morrendo com o povo que Luís Inácio – hoje picareta com anel de doutor – jurou ajudar. Jurou, não. Ele prometeu. E promessa, como a desculpa, não existe.
Os bosques hoje já não têm vida, pois são queimados impiedosamente para alimentar o gado que mais tarde morrerá da forma mais cruel possível. A parte mais bonita da História é sentarmos no sofá pra ver a novela enquanto o Poder Legislativo legitima o circo no Código Ambiental.
A glória do passado está coberta de vergonha. E a paz do futuro depende da clava de porcelana da nossa justiça, que ignorada, observa os filhos da pátria correndo de toda a luta necessária para pôr o país nos eixos. O destino deles? O último capítulo de O Astro.
Talvez a única coisa certa no hino seja o firmamento estrelado, que vez ou outra aparece sobre nossas cabeças. Coberto por um véu espesso e cinzento, oculto por belos arranha-céus. Mas ele está lá.
Pátria amada por tantos, idolatrada por outros tantos, salve. Brasil de sonho, de esperança e de futuro, desde que nasceu. E cento e vinte e dois anos depois República, continua aqui, esperando o futuro chegar – e crente que nada precisa fazer para que isso aconteça. Estes são seus filhos, pátria amada, e você retribui o afeto com a mesma moeda: trouxe ao mundo representantes mui dignos desta gente que aí está. Parabéns, Brasil.
Se você lê o TSL desde 2009, teve um leve déjà vu neste texto. Você não está louco. A ocasião parecia propícia. É preciso lembrar a todos, sempre, que nós é que fazemos o país que temos. NÓS. Não o Lula, não a Dilma, não o Sarney, não o Fernando Haddad.
NÓS, O QUE VOCÊ FEZ PELO SEU PAÍS HOJE???
NÓS, O QUE VOCÊ FEZ PELO SEU PAÍS HOJE???
Na próxima, vamos logo falar do problema da USP, antes que o Fantástico e o MNN consigam a tão sonhada lavagem cerebral.
Fonte: Crônicas do Arnaldo Jabor
Fonte: Crônicas do Arnaldo Jabor
O povo só está interessado em refletir: Que feriadão!!
ResponderExcluirApesar do suergimento de alguns lampejos refletores de uma possível saída do povo brasileiro da hibernação em que demonstra estar na condição de "deitado em berço esplêndido", ainda não se viu, na prática, nenhum resultado positivo.Para se reverter o quadro econômico e político brasileiro, será preciso muito empenho e determinação , além de de coragem de meter na cadeia esses pilantras petistas que enganaram o povo com a retórica de mudança e transparência.
ExcluirÉ seu Chico Lopes , por causa de pensamentos e atitudes iguais os seus e daqueles que só querem viver do jeitinho brasileiro, querendo levar vantagem em tudo, sem trabalho e esforço que o nosso país está mergulhado nesse mar de m...ladrões, corrupções, tráfico de droga e do colarinho branco e todo tipo de sacanagem, ninguém liga para pátria amada como diz o texto do grande brasileiro Arnaldo Jabor. aprenda a lição de civilidade e de civismo. não se preocupe não que esse dia vai chegar, vamos ver quem sobrevive, quem for vivo verá???
ResponderExcluirO que está havendo no Brasil não é excesso de democracia, mas falta de ordem.Autoridades permitem que bagunceiros promovam fechamento de ruas, destruam o patrimônio , quando deveriam prender quem não respeita os direitos alheios.Usar máscara para esconder sua covardia é bandidagem.esse pessoal, quando apanha da polícia rapidinho tira a mascara e reivindica os direitos humanos.
ResponderExcluirO governador Eduardo Campos criou um ótimo programa de ensino de língua estrangeiras para os alunos da rede pública. Entre benefícios estava o intercâmbio, porém, após a volta dos estudantes, o governo não deu satisfação e muito menos o certificado prometido.
ResponderExcluirAs mãos empunhadas no alto ofendem a história do gesto e escondem um cinismo sem limites. Não há como comparar as mãos enluvadas dos atletas olímpicos na luta contra o apartheid, nem mesmo o banimento dos sequestradores do embaixador Elbrick, ali pelos anos 60, com o episódio das prisões dos corruptos de agora.
ResponderExcluirNão há de se cogitar perseguição política ou julgamento midiático, como pretendem. Esse julgamento tramitou ao longo de 10 anos, penetrando nas entranhas da sociedade e revirando as vísceras de partidos políticos, bancos, construtoras, estruturas de governo, tudo em público, nada escondido. As comprovações de culpas se deram à larga. De novidade, apenas as punições em uma sociedade habituada à seletividade dos castigos.
Dirceu e Genoíno são heróis de ontem, anjos decaídos de hoje, por escolha pessoal. Deles não temos que nos apiedar. Pouco importa se cumprirão suas expiações na cadeia, em casa ou em hotel, uma vez que os seus crimes acompanharão suas mentes e corações como uma tatuagem, e uma vez também que a sociedade esclarecida não esquecerá seus malfazejos.
São indivíduos que poderiam estar na história ufano patriótica do país, mas que de moto própria optaram pela ofensa ao bem.
Alguns dos seus “cumpanheros” têm chorado sangue. Já a D. Dilma e o Doutor Lula há muito se afastaram e certamente nem os conhecem. É o jogo.
Purguem, pois.