Chegou ao meu conhecimento, quando lia um artigo agora há pouco, o teor de um abaixo-assinado de desagravo a um magistrado. Isso me fez lembrar um outro fato, a ocasião em que o jornalista Vinícius Mota chamou o regime militar de “ditabranda”, no editorial “Limites a Chávez”, publicado na Folha de São Paulo, em 17 de fevereiro de 2009. O emprego da referida palavra levou alguns intelectuais a reagirem com um manifesto de repúdio ao jornal.
Ora! Sem entrar no mérito do valor de uma vida humana, a nossa história mostra que a maioria das mortes de comunistas ocorreu em combates, nas guerrilhas. Em números redondos o Brasil teve 500 mortes (somando-se ambos os lados). No Uruguai, que é muito menor que o Brasil, morreram cerca de 4.000 pessoas, na Argentina, 30.000. Em Cuba, o número de óbitos foi ainda maior, chega a quase 100.000 vítimas. Lênin, Stalin e Mao Tsé-Tung executaram milhões de pessoas. Certamente, foi a comparação desses números que fizeram com que o jornalista utilizasse o neologismo “ditabranda”. Mas o grande paradoxo é que, pelos dados disponíveis, vê-se que nos países socialistas – regime que os guerrilheiros queriam implantar no Brasil – foi onde houve um verdadeiro massacre.
Desse modo, particularmente, não vi tanta razão para aquele barulho todo. Terá sido mero patrulhamento ideológico? Posteriormente, no entanto, mesmo sem muita repercussão na mídia, com argumentos sólidos e irrefutáveis, Olavo de Carvalho – no seu artigo “Todo es igual, nada es peor” – e Leonardo Bruno – no artigo “31 de março de 1964: rememorando a ‘ditabranda’ e a linguagem do Urutu” – esclareceram a questão.
Mas voltando ao abaixo-assinado de desagravo ao juiz, estava me preparando para escrever algo a respeito do assunto, porém, abstive-me, porque o artigo de réplica do Rodrigo Constantino, “Qual o pluralismo e democracia o juiz Casara defende?“, já é bem elucidativo. Só teria a acrescentar o seguinte: não se pode negar que grande parte da mídia é marxista e apoia esse novo modelo de Brasil – vemos isso diariamente nas novelas, nos jornais, nos programas de televisão, nas revistas –; agora, por causa disso, esperar que ela – a mídia – compactue com coisas erradas, com escândalos, com a corrupção, com a impunidade, deixando de informar os fatos à população, aí também já é demais.
Nesse prisma, e considerando haver pouquíssimos jornalistas liberais e antimarxistas, manifestações como essas são lamentáveis, porque restringe o debate, busca a hegemonia das ideias marxistas e demonstra intolerância com quem pensa de modo diferente. E é bom sempre lembrar: intolerância gera intolerância (contagia a nação), talvez esse seja um dos motivos de existir tanta violência em nosso país atualmente.
Ednaldo Bezerra é estudante de Licenciatura em Letras da UFPE
Cada vez melhor o nível do Blog Opinião nos textos políticos abalizados de Luiz Saul Pereira, Ednaldo Bezerra e Heitor Scambrini. Parabéns!
ResponderExcluirRealmente, a participação do senhor Ednaldo Bezerra e os demais são destaque neste jornal, junto ás crônica diárias no primeiro momento do editor Carlos Ferraz.
ResponderExcluirA imprensa financiada pelo PT evita publicar maiores desgastes.
ResponderExcluir