Parece até uma manchete surrealista de uma tragicomédia bufa o assassinato de mais uma pessoa com um vaso sanitário, em Recife. Mas, não é. A desengraçada morte do torcedor anunciada nos jornais reflete o processo de vitimização do ser humano nas ruas do Brasil e escancara a selvageria e a banalização da vida que vêm adormecendo a capacidade de uma convivência de contrários, ainda que apenas no futebol.
Não se pode culpar o trânsito, stress urbano, a situação política do país, o endividamento, as drogas ou o que seja pelo crescente esvaziamento da sensibilidade no trato pessoal ou das coisas, ainda que cada um desses fatores carregue uma parcela da ignição das anomalias humanas.
Parece que estamos vivendo um Estado meio policial meio bandido no qual o desrespeito às instituições constitui uma naturalidade. Não há mais refreio ético para o exercício da criminalidade indiscriminada, não importando a idade do criminoso ou da vítima: tanto há crianças matando idosos, quanto estes estuprando aquelas.
Em muitas cidades, como o Rio de Janeiro, por exemplo, fica clara a existência de duas forças em oposição, bandidos e polícia, em um perde e ganha dramático na contagem dos mortos e feridos, porque a vida é mero detalhe. Mas, não é só lá no Rio. A coisa é bem ampla.
A batalha do Bem contra o Mal por aqui tem um quê de inglório porque o tempo associado à inércia ensejou a consolidação da parte podre, em poder, armamento, dinheiro e organização.
Além disso, a sensação permanente de impunidade desafia o conteúdo de cada lei em qualquer escalão, transmitindo ao potencial malfeitor a certeza de, no mínimo, a pequenez de eventual castigo. Aí fica fácil jogar vaso sanitário na cabeça do semelhante, evadir divisas, enterrar enteado em cova rasa, burlar o fisco, esquartejar marido, latrocinar os pais, jogar filha da janela ou praticar os mensalões.
E não me venham com estória de que é preciso um choque cultural. Esse choque só dará certo se começar no berçário, voltando a velhas práticas da boa educação.Enquanto isso, o preço da vida é um merréis qualquer.
Por: Luiz Saul Pereira
Achei muito adequado o texto do senhor Luiz Saul Pereira porque condiz uma realidade atual que corresponde de forma integral o meu pensamento. Que deixem de demagogias baratas e passem a agir com rigo contra a bandidagem enquanto é tempo. Isso sim,,,
ResponderExcluirUma tragédia inacreditável que teve repercussão no Brasil e no mundo foi o resultado que marcou o final do jogo de sexta-feira passada, no Arruda. Como um elemento é tão frio e calculista dessa forma, joga uma bacia sanitária de uma altura imensa de arquibancadas em cima de torcedores que saiam tranquilos.
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ExcluirO membro da Inferno Coral confessou o crime. Em mensagem pelo celular ele comemorou o "feito". Um sujeito desse que matou e divulgou, não merece o menor respeito. Será defendido pelos Direitos Humanos?
ResponderExcluirEsses vândalos precisam ser punidos exemplarmente para pagar por esse crime com requintes de crueldade.
ExcluirO MARGINAL COMPONENTE DA TORCIDA ORGANIZADA INFERNO TRICOLOR, MATOU, COMPARTILHOU E CONFESSOU. DESEJO QUE SE DÊ BEM NO PRESÍDIO, O QUE DUVIDO.
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ExcluirO acusado de atirar o vaso sanitário no Estádio do Arruda que vitimou o torcedor do Sport e feriu mais quatro pessoas que estavam ao seu lado, orientado pelo advogado já está mudando a versão do ocorrido. Daqui a pouco vai dizer que não fez nada errado e que foi o vento o responsável pelo arremesso.Desejo é que leve uma boa sova no Cotel, pois um sujeito desse não é ser humano.
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