A rapadura esteve presente na vida dos Triunfenses desde o seu surgimento fazendo parte do nosso cardápio, servindo como alimento básico e muitas vezes sendo a única opção para muita gente.
Se comia rapadura com farinha no almoço e no jantar farinha com rapadura, são sabiam estes consumidores que estariam comendo o alimento mais forte e rico em ferro.
Hoje a rapadura é indicada pelas autoridades como suplemento alimentar, usado inclusive nas escolas públicas. Orgulho para nós Triunfenses considerados filhos da cidade conhecida como Capital mundial da Rapadura, e ainda tem pessoas que não dão o menor valor a esta cultura secular que surgiu com o descobrimento do Brasil e ainda sobrevive até hoje.
Na minha infância e adolescência ainda morando em Triunfo, era o programa que mais me deixava realizado, ir nos engenhos comer rapadura feita na hora, tomar caldo de cana azedo e chupar cana. Fazia isso nos engenhos da família e também nos engenhos do Sr. Manoel do Borges, Major Aprígio na encruzilhada onde hoje é a cooperativa, no engenho do Sr. Eulino, no engenho do Sr. Ambrozino Ferreira, e no engenho do Sr. Floro Sampaio.
Quantas lembranças guardo dessa época maravilhosa, Eu passava minhas férias escolares nos engenhos da minha tia Mercedes esposa de João Costa, nos engenhos do meu tio Antonio Florentino na Santana e na Fortaleza, Cambitando Cana nos jegues e burros, espalhando o bagaço na bagaceira, e pastorando o gado nos canaviais.
Quando era na hora do almoço, nossas tias mandavam servir um caldeirão de Angú com leite e rapadura, ou então uma panelona de feijão de corda com toicim de porco torradim acompanhado de um cacho de banana amadurecido no pé. O suco feito da fruta, geralmente de laranja adoçada com rapadura não tinha nada mais delicioso e saudável.
O motor do engenho era ligado às 00hs, acordávamos e passávamos a noite inteirinha naquela festa, juntinho com os trabalhadores, na sua maioria os pretinhos do livramento, aquelas pessoas simples e humildes, mas cheias de muito amor e carinho pra dar. Contávamos piadas, histórias de malassombro, e eles na sua santa inocência e falta de cultura acreditavam em tudo que falávamos.
Hoje eu afirmo categoricamente, que o segredo da minha saúde e da maioria dos Triunfenses está na qualidade da alimentação que recebemos na nossa infância e adolescência, diferentemente de hoje que as crianças já nascem tomando leite em pó, comendo salgadinhos e pipocas.
Até mesmo as balas são diferentes das da nossa época, por exemplo, não se chupam mais os pirulitos de dona Luiza, não se comem mais as cocadas de Aninha mocó, não se bebe mais os capilés de honorina, não se chupa mais os chiclets ping-pong de antigamente, até mesmo os Zorros de chocolate eram mais saborosos, não encontramos mais as balas gazosa e também aqueles aviõezinhos açucarados.
Os tempos mudaram completamente, e junto com estas mudanças vieram de quebra as doenças provenientes das alterações das composições químicas do fabrico dos alimentos artificiais. São lembranças que nunca saem da minha memória e faço questão de lembrar delas como combustível para a manutenção da saúde da minha memória.
Muito bom comentário desse triunfense Marcos Florentino.
ResponderExcluirAcho que deveria ser mais divulgada a rapadura de Triunfo que já foi quase um símbolo do lugar, hoje se fala mais em Santa Cruz da Baixa Verde que nunca teve quase engenhos e a rapadura é feita de açúcar.
ResponderExcluirSou adepto a um pedaço de rapadura depois do almoço, sempre que vou a Triunfo costumo trazer algumas e distribuir com os amigos e vizinhos.
ResponderExcluirAPRECIO POR DEMAIS O PRODUTO DESDE QUE SEJA NATURAL E NÃO DE AÇÚCAR
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