PRIMEIRÍSSIMO PRA CURTIR E RECORDAR:
"FOI UM RIO QUE PASSOU NA MINHA VIDA " - PAULINHO DA VIOLA (1972)
"NÃO DEIXE O SAMBA MORRER" - OS GRANDES SAMBISTAS: ALCIONE, A MARRON; DIOGO NOGUEIRA E JANAÍNA MORENO (1999)
HISTÓRIA DO SAMBA
Rio
- Esses últimos dias foram dedicados à comemoração do Dia do
Samba, 2 de dezembro, pedra na víspora, a data foi iniciativa de um
vereador baiano empolgado com a primeira visita do genial Ary Barroso
a Salvador, a cidade agradecida ao compositor pelo verso “Bahia,
terra da felicidade” em ‘Na Baixa do Sapateiro’, clássico
imortalizado na galeria das nossas músicas fundamentais.
A
festa cresceu. Do Pelourinho, desceu por Oswaldo Cruz e Matriz, fez
ponto na Pedra do Sal, passou pela Praça XI até dar vida ao
Andaraí. Quase feriado, os trens lotados de tamborins e pandeiros
sangram os bairros da Zona Norte, atrás das pastoras afinadas no
último andar do tom. A tia das feijoadas dessalga a carne seca, o
churrasquinho deita na brasa e rola na farinha.
Os
mais velhos sentem orgulho pela resistência. Ainda moram na antiga
vila, a cadeira na calçada é a mesma do avô alforriado. Algumas
meninas de Ipanema, sandália de dedos e colar de missanga, tocam
ganzás modernos, ovinhos de grãos e fibra.
Uma
função conquistada, unir as classes sociais.
Eu
toco com o Samba do Trabalhador, no Renascença. Quadra cheia em
plena segunda-feira de Avenida Rio Branco fechada, sol a pino e
dezembro nas costas pedindo dinheiro pra caixinha de Natal,
identifico dois gringos, marido e mulher, suados feito hormônios em
baixa. Em êxtase, arranham um dialeto desconhecido pra confessar o
desejo de morar no Rio de Janeiro e poder passar as tardes ouvindo um
mantra de nome samba. Sussurram segredos: “Chega de ser bombeiro,
enfermeira de saia curta, freira das Carmelitas! Nós queremos
batucada! Nós queremos rosetar!”
Quando
a madrinha Beth Carvalho gravou ‘Saudades da Guanabara’ em 1989,
me deu um arrepio de igreja: o coração aberto pra outra religião.
O samba transforma o teu andar, muda a dieta, abre um botão na
camisa. O samba engole teus neurônios com poesia e notas musicais.
Em torno de uma roda, as sinapses acontecem. Os refrões explodem
feito fogos de fim de ano, por todo canto; um abraço sugere amar uns
aos outros enquanto uma vai pro santo, porque ninguém é de ferro. O
samba é sincretismo, São Jorge e Ogum, é comida feita com quiabo
cortado, amalá, caruru, no azeite doce. O samba é a pipoca na
quadra e no alguidar, pés descalços, sapato bicolor. O apito do
mestre de bateria decreta o fim da quarta-feira de Cinzas. Dia dois,
vira dos. Dos sambas que nascem nas manhãs de subúrbio, madrugadas
praianas, amarelos ou bronzeados, sambas de enredo, de breque, samba
de roda, samba de todos os dias
Muito bom esse quadro musical dos domingos.
ResponderExcluirMaravilha!!!!
ExcluirVocê inventam tudo que é novidade para nos prender no blog toda semana hahaha,,,,
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