Inspirado, fui beber na literatura inglesa de Eleanor H. Porter, que fantasiou a criação da personagem Pollyana.
Pollyana, uma criança de 11 anos, paupérrima, que, ficando órfã, foi abrigada em uma família de parentes ricos, severos e ciosos da austeridade característica dos ingleses de então. No novo lar, a personagem ensinou aos demais o Jogo dos Contentes que consistia em extrair só a parte boa de qualquer situação, por pior que fosse a circunstância.
Transpondo essa ficção para o Brasil, sou assaltado pela dúvida cruel: Seria a dilma/lula a Pollyana brasileira? Ou, noutra hipótese, ela teria mentido o tempo todo?
Durante a campanha, negou a inflação, disse que a economia estava sob controle, afirmou desconhecer os escândalos, deu voto de confiança ao Mantega antes de demiti-lo em público, profetizou o Armínio exterminando as bolsas isso e aquilo, garantiu o crescimento do PIB, negou o tarifaço e coisas do tipo. Como na obra inglesa, a presidentE ofereceu significado próprio e positivo para cada situação, ainda que a realidade objetiva apontasse para um desconcertante declínio nacional.
Não estamos no inferno, é óbvio, mas, também não desfrutamos o paraíso idealizado pelo inconsciente dessa mulher ora poderosa e personalista ao extremo, ora fragilizada e refém dos aliados que nem tão aliados são.
Não dá para escolher entre o otimismo institucional dessa senhora e a hipótese da assunção de um tipo conveniente de pollyanismo à brasileira. Aliás, nem sei se ela leu a obra para buscar esse tipo de inspiração.
Desejo chamar a atenção dos leitores para as publicações neste jornal do senhor Luiz Pereira Saul, todas muito bem elaboradas e atuais.
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