sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

50 TONS DE CINZA DA CORRUPÇÃO NO BRASIL - POR LUIZ SAUL


Os 50 tons de cinza da corrupção no Brasil podem começar a mudar de cor e de abrangência acaso o empresário Ricardo Pessoa, da UTC, formalize a delação premiada envolvendo nomes que até aqui driblavam a Justiça. No caso, estão o Lula, o ministro Jacques Wagner, a própria dilma, além da revisitação a José Dirceu e a Delúbio Soares, velhos parceiros de crimes. 

Ao que se sabe, o acordo da delação pende de filigranas sobre a extensão do conhecimento da endemia dos crimes pelo empresário. Desde Judas, a figura da delação tende a pressupor um ato indigno de traição de confiança e de menoscabo dos seus autores. E, no entanto, o Brasil, esta força potencialmente pujante vive os seus mais profundos pesadelos na dependência de solução ou pelo menos de esclarecimentos à base de delatores não menos criminosos.

Mas, já que “não tendo tu, vai tu mesmo”, o Ricardo Pessoa, na ânsia de reduzir as suas possíveis penas manda os seus recados aos parceiros acenando que, em meio ao abandono, pode produzir o mais perfeito abraço de afogados. Com efeito, segundo o noticiário, aponta que o esquema organizado de cobrança de propina na Petrobras começou a funcionar em 2003, no governo Lula, organizado pelo então tesoureiro do PT Delúbio Soares. 

Ao mesmo tempo, indica, não se sabe se com ou sem provas, que a sua empresa financiou de maneira não oficial as campanhas do atual Ministro Jaques Wagner, da Defesa, ao governo da Bahia em 2006 e 2010. Tem-se então a grave coincidência de se tratar de uma empresa baiana, envolvida profundamente em um esquema criminoso de divisão de propina, falando da sustentação de campanhas no seu Estado. Parece que o noticiário faz sentido, e a posição de um titular de uma pasta tão importante resulta fragilizada, em qualquer governo que se pretenda sério. Sabemos que não é o caso.

Na mesma ameaçadora linha de pensamento, o empresário sugere que as despesas de José Dirceu teriam sido providas pela UTC por intermédio de simulacros de contratos de consultoria. Isso, aliás, que não constitui novidade, já foi amplamente noticiado quando o “ínclito” ex ministro falou de trabalhos executados em favor daquela empresa. Só não esclareceu o conteúdo de suas consultorias que agora têm um ar, sabor e cor de ficção.

Por fim, com os sussurros particulares transformando-se em urros públicos sugere que a campanha da dilma e do seu partido, no ano passado, recebeu da empresa do pretenso delator a bagatela de R$30 milhões provindos ou “proídos” da Petrobrás. Se verdadeira a informação, imaginem o quanto essas campanhas receberam das outras empreiteiras. 

O Hino Nacional do Brasil é carregado de lendas. Mas, no caso do gigante adormecido prefiro chama-lo de anão dorminhoco que permite a tantos malversadores desfilem na droga do seu berço esplêndido. Não se sabe até quando.


Por: Luiz Saul

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