Em pleno volume morto, a dilma retornou das férias da Bahia com olheiras ainda maiores e mais escuras. No interstício mundano, ao invés do repouso que ela julgou merecer, teve a notícia da adesão da Rolls-Royce ao mercado de compra de executivos petroleiros, e, por tabela, de agentes públicos de sua intimidade governamental.
Não bastasse, tem no colo a equipe chamada (não sei o porquê) de núcleo duro, a qual, com as vaidades em chamas, se encarrega de manter a tremura em alta. Quem tem um entourage como a da dilma não há que se preocupar com inimigos. Basta notar o Cardozo e o Mercadante que não somam sequer a unanimidade interna.
Depois que vazou a informação das reuniões extra agenda do Ministro da Justiça com advogados dos implicados na Operação Lava Jato não faltaram as vozes de condenação partidas, não deste inútil escrevinhador, nem da “imprensa marrom”.
Esse tipo de reunião com tantas características de seletividade revela, em primeiríssima instância, o mau hábito do uso da influência política, e, por decorrência, a abstração dos autos do processo como único e legal domínio para o exercício da argumentação capaz de influenciar a formulação do Juízo. Mas, por defeito de tradição e por ignorância ao conceito, as partes preferiram o vício, por mais que possam negar irregularidade.
As corretas repreensões partiram, além da parcela esclarecida da sociedade, de figuras eminentes como o ex presidente do STF, Joaquim Barbosa, do presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado, este, no que respeita à necessidade da impessoalidade e da transparência das ações nesse tipo de reunião, e, por último, do Juiz Sérgio Moro, que considerou intolerável a manobra desvendada. Parece natural o abespinhamento desse juiz que tem pautado a presidência do processo com tamanha responsabilidade, apesar do risco implícito, ora pela gravidade do assunto, ora pelo poderio dos implicados, ora pelo jogo dos interesses do Governo.
Alheia a tudo isso, a dilma volta das férias com as olheiras maiores e ainda crescendo, bradando que todos devem defender o Cardozo, aparentemente recusando-se a uma avaliação mais aprofundada do caso.
Traduzindo, segundo sua avaliação, não houve nada. É pura intriga.
Então tá então.
Por: Luiz Saul Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro leitor, seja educado em seu comentário. O Blog Opinião reserva-se o direito de não publicar comentários de conteúdo difamatório e ofensivo, como também os que contenham palavras de baixo calão. Solicitamos a gentileza de colocarem o nome e sobrenome mesmo quando escolherem a opção anônimo. Pedimos respeito pela opinião alheia, mesmo que não concordemos com tudo que se diz.
Agradecemos a sua participação!