Você entra em um bar
sofisticado e pede um drink feito à base de Cachaça. Um bartenderou
mixologista treinado (e bem pago) o prepara e serve uma bebida equilibrada,
saborosa, pela qual você paga um preço equivalente a qualquer outra à base de
gim, vodca ou uísque. Uma cena corriqueira, talvez. Mas basta voltar poucos
anos no tempo para entender o quanto isso não seria imaginável.
O passado um tanto estigmatizado da bebida
genuinamente brasileira, herança ainda dos tempos do império e que no próximo
ano, segundo algumas hipóteses, completará 500 anos de história, não faz jus à
sua relevância econômica, versatilidade de líquido e importância como símbolo
nacional. Ela se destaca por comunicar a riqueza cultural e diversidade
do Brasil, por ter sua produção pulverizada em milhares de produtores
espalhados de norte a sul, em quase todo território nacional. A diversidade da
nação brasileira é refletida na variedade de sabores e aromas que a Cachaça de
cada região pode proporcionar aos consumidores.
A Cachaça se supera e se reinventa a cada dia
graças ao trabalho de importantes agentes dessa cadeia, que envolve produtores,
indústria, associações e instituições públicas. Respondendo por 50% do Market
share nacional de destilados, a categoria emprega mais de 600 mil pessoas e
leva o nome – e a cultura – do Brasil a cerca de 60 países.
Essa transformação da categoria vem amparada
pelo trabalho consistente de fabricantes que buscam elevar a qualidade da
Cachaça – e a percepção de consumidores no Brasil e no mundo sobre ela. Para
isso, não poupam investimentos no aumento de qualidade (vemos cada vez mais
ofertas de Cachaças elaboradas com blends raros e especiais); produção (maior
governança na cadeia produtiva); Marketing (campanhas milionárias que buscam
alavancar a categoria, reconquistar o velho e atrair o novo consumidor);
Inovação (produção de Cachaças mais versáteis e a utilização de mais de 30
tipos de madeira no processo de armazenagem ou envelhecimento) e padrões de
qualidade dos mais avançados.
Não
por acaso, o segmento de Cachaças diferenciadas é o que mais cresce. A evolução
deste mercado coincide com o resgate do orgulho nacional. Os produtos típicos
voltaram a ter mais importância e a Cachaça indicou um caminho para renovar o
gosto e a apreciação por uma categoria tão nacional.
Soma-se
a esses esforços, a promoção de uma agenda indispensável para o setor: o
consumo responsável da bebida e melhores condições de mercado para os
produtores, em especial, para micro, pequenos e médios. Há muitas iniciativas
em andamento nestes quesitos e é possível verificar sinais evidentes de avanço.
Mas ainda há muito potencial de crescimento, por isso, é importante que o setor
se mantenha unido pelo objetivo da valorização da Cachaça.
A regulamentação do setor avança - e as boas
notícias também. Os trabalhos em andamento para a consolidação da Indicação
Geográfica (IG) da Cachaça, bem como a defesa dos Padrões de Identidade e
Qualidade (PIQs) fortalecem sua reputação e dinamismo nos mercados
internacionais e valoriza o mercado interno.
Em
13 de setembro de 1661 a Coroa Portuguesa liberou a produção e comercialização
da Cachaça no Brasil após a pressão e rebelião dos produtores, culminando no
Dia Nacional da Cachaça (proposta do Instituto Brasileiro da Cachaça). Tantos
anos depois, podemos celebrar a confiança da indústria na categoria, que
converge esforços para sua promoção. Da frase célebre nos livros de história
“Onde moía um engenho, destilava um alambique” de Luis da Câmara Cascudo,
caminhamos para “onde houver o consumo de uma boa
Cachaça, ali está representado o melhor do Brasil”.
MUITO ALÉM DA CAIPIRINHA...
Um Brinde à Cachaça!
Instituto Brasileiro da Cachaça - IBRAC
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