PARABÉNS, ATINGIMOS A CEGUEIRA MÁXIMA! POR EDNALDO BEZERRA

Li, há poucos dias, um texto intitulado "Parabéns, atingimos a burrice máxima". Muito bem escrito, por sinal. A escritora tem um dom admirável no uso da linguagem e sabe do "poder da história contada". O leitor mais ingênuo pode até embarcar na conversa.

Autora do artigo tem uma certa razão, afinal de contas, a educação brasileira... No entanto, vale salientar o que ela própria diz: "Aliena-se os fatos de seu contexto histórico para produzir rótulos." E é isso que a esquerda parece fazer muito bem! Esse pessoal não é inocente. Primeiro, há que se ver o contexto em que estamos vivendo (e a articulista, por mais espantoso que seja, talvez tenha se esquecido desse detalhe). Será que precisava jogar aquele tipo de questão no ENEM para os nossos jovens no momento atual (Ninguém nasce mulher: torna-se mulher)? Há que se perguntar também: qual o propósito que está por detrás da cortina de fumaça? Onde predominam os discursos mentirosos?

Será que os marxistas se julgam os donos da verdade? Mas então por que não debatem usando a lógica? É muito fácil criticar o capitalismo... O discurso dessa turma já começa equivocado na sua essência – o sujeito quer fazer caridade com o dinheiro do outro, mas a prática deles é outra, adoram passar férias em Paris. Por que não vão viver na Venezuela ou na Coreia do Norte? Por que defendem ditaduras? Por que... São inúmeros os porquês sem respostas coerentes.

Ah! E por que existe um clima de guerra aqui no Brasil? Quando foi que a batalha ficou mais acirrada? O princípio de tudo isso não seria o que eles pregam: a luta de classes? Ora, por que não se enxerga que o que deve haver é a união entre brasileiros, a parceria entre patrões e empregados para a construção da riqueza? Assim, creio que o que há é uma grande cegueira, sobretudo no meio acadêmico. A gente na faculdade é bombardeado por textos marxistas. A visão que os mestres nos passam (há exceções, é claro!) é capenga, unilateral. Quem não desconfia do engodo continua se alimentando daquilo. Mas alguns partem para outras leituras e começam a enxergar o mundo de modo diferente. Daí, se não forem freados pela vaidade, dão o braço a torcer. Eis, portanto, a razão por que os críticos mais ferrenhos da esquerda são justamente os seus antigos adeptos.

Observe, leitor, que o livro citado no artigo já rotula o outro lado de "fascista" (não posso comentar sobre o livro, porque não o li). O que posso dizer é que é impressionante a intolerância com quem pensa de maneira diversa! Nos dias atuais, não se debate mais, tenta-se calar as vozes dissonantes. Intimidar! A esquerda, para atingir seus fins, faz discursos enganosos. Todos sabemos! Tivemos provas disso recentemente. E não vejo uma palavra desses "intelectuais" rechaçando tais discursos. Muito pelo contrário, alguns deles fazem das tripas corações até para defenderem corruptos. É lamentável! Há uma crise ética e moral no Brasil!

Mas, em que pese a boa fundamentação do artigo, já se foi o tempo em que eu me sensibilizava com a vitimização desse pessoal. Se tiver oportunidade, leia-o nas entrelinhas, não se deixe enganar! (Veio-me à mente agora, enquanto escrevo, uma curiosidade: como seria a resenha da articulista sobre o livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell? Ou então sobre aquele da Ayn Rand, "A Revolta de Atlas"?) Enfim, para não me alongar demasiadamente, creio que a direita parece que se cansou e, ao que tudo indica, está começando a reagir com as mesmas armas...

Ednaldo Bezerra é escritor