Ao suscitarem, na semana passada, a polêmica comparando as ações dos
condutores da Operação Lava Jato com os desrespeitos aos direitos
humanos praticados na época da ditadura, pode ser que os representantes
da defesa hajam perdido a mão do raciocínio.
Aos olhos do leigo, ainda admitindo a eventualidade, aqui e ali, de um momento espetaculoso e vazamentos seletivos em prejuízo de qualquer dos lados, a acusação não progride. Investir contra a divulgação das notícias, que é a missão natural da imprensa, ou sugerir variação e dualidade entre militância política e a função pública dos procuradores não convence a sociedade de que os representados sofrem um processo inquisitorial.
O que os defensores parecem não haver percebido é o dado novo representado pelas redes sociais como excelente contribuição para nivelar o conhecimento e o acompanhamento dos processos pela sociedade, o que não acontecia em outros tempos quando a trivialidade dos comportamentos anômalos dos agentes público era decidida no compadrio e no segredar de tantos gabinetes ou na cumplicidade de alguns tribunais. E não de se deve duvidar que a difusão das informações à população constitui um alerta percebido pelos julgadores.
A outra novidade aparentemente não percebida consiste no surgimento de uma nova, independente e desassombrada geração de defensores públicos que não se tem intimidado nem pela magnitude dos processos, nem pelo poderio da influência dos grandes advogados, e menos ainda pela capacidade governamental de abafamento. Por isso, a força tarefa envolvendo as bandas do Ministério Público, da Polícia Federal e do Juiz Sérgio Moro, todos independentes e defesos das pressões tradicionais está apresentando tantos resultados positivos e provocando esse tipo de reação.
Nesse estado de miopia em que sugerem a existência de pretensas irregularidades no seio da força tarefa os advogados de defesa ignoram também que, apesar de sua “denúncia”, o STF tem mantido as decisões oriundas de Curitiba, inclusive com a manutenção das prisões temporárias e o indeferimento de pleitos de habeas corpus, como a descredenciar as suspeitas dos causídicos, significando assim que concorda com as ações de Curitiba.
Talvez por isso, e pela irrelevância da denúncia, a classe dos Procuradores limitou-se a repudiar a equivocada manifestação, apenas para não a deixar passar em branco.
Palavras do Juiz Sérgio Moro para esses advogados: “Ao trabalho, doutores. Aí estão as provas. Foram obtidas legalmente. Refutem-nas. Não desperdicem seu tempo tentando retocar a radiografia. Cuidem dos pacientes, que o caso é grave.”
Acho que a sociedade concorda com o magistrado, até porque, alheios aos comentários, os membros das investigações seguem apresentando “novidades” a cada momento, tornando cada vez mais difícil o sono dos investigados e dos indiciados.
Por: Luiz Saul Pereira
Luiz Sul Pereira só vem reforçar o que há muito tenho comentado neste conceituado blog acerca da impunidade existente em nosso município tomando por base esta grande varredura de investigação acerca do grande esquema fraudulento descoberto na operação lava jato. Bem verdade que o Ministério Público Federal com as suas linhas de investigação e com a notável rigidez dos procuradores e do Juiz Sérgio Moro tem avançado muito acerca de muito mais denúncias e do que ainda vai descobrir no meio à tanta lama tal qual a que foi derramada no Estado de Minas Gerais. Muito há para ser descoberto e muitas cabeças irão rolar mesmo observando que um simples ladrão de galinha parece ser muito mais nocivo à sociedade do que estes que assaltam aos cofres públicos e que terminam por pagar as suas penas em seus domicílios, verdadeiros palacetes, mansões e que ainda ficam com bastante dinheiro oriundo destas operações ilícitas para fazer face ao pagamento de seus causídicos e pagarem ainda mais propina a outros que sabem de outros esquemas fraudulentos. Não condeno a rigidez com que é conduzido o processo mas as condenações que são brandas e que em comparação com muitas condenações de outros ilícitos de pessoas muito mais humildes, observa-se realmente que este país é o país da desigualdade. Em Triunfo temos caso parecido e já muito exposto. Na operação Lava Jato, Melotes, Mensalão, políticos como Presidente da Câmara, Presidente do Senado, Deputados Federais e até mesmo Ministros, tem seus nomes divulgados pela mídia nacional e internacional acerca das investigações, delações premiadas, de um processo onde somente parte dele tramita em segredo de justiça. Em Triunfo, não se sabe porque, denúncias do Ministério Público foram feitas contra políticos, parentes de políticos e os processos tramitam em segredo de justiça. São dois pesos e duas medidas? Qual a razão de uma ação civil pública que é de interesse público ser transformada em sigilo. A Ação Civil Pública é pública exatamente para que a sociedade fique a par de todos os acontecimentos acerca da denúncia o que ocorria até a última audiência quando como num passe de mágica, tornaram-se ações tramitando em segredo de justiça. Que blindagem é esta acerca destas pessoas envolvidas em escândalos de muito menos relevância pelo valor que foi desviado dos cofres públicos através de negociatas fraudulentas? O que existe de tanto mistério que a população que é a mais interessada não possa fazer? A população deve ter conhecimento para que possa aferir com precisão os detentores do poder que usufruem do bem público e terem liberdade de conhecimento para não escolherem novamente ou não acatar o ato de coronelismo que ainda é um ranço para o país. Muitos sequer acreditam que existam tais processos exatamente porque tramitam em segredo de justiça e não posso crer que diante de processos tão significativos para o país como os já citados possam estar na mídia nacional e internacional e em uma cidade como Triunfo, ainda existam coisas aberrantes como esta. Isso, de fato, contribui para com que a sociedade desacredite da verdade e que continue a acreditar em pessoas que cometeram atos que prejudicaram o erário Público. Sem medo algum de dizer, a população toda deveria saber de absolutamente tudo mesmo que muita coisa que já tenha acontecido seja do conhecimento de todos e que tenha sido esquecida ou negociada através do famoso "faz-me rir".
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