Apesar de serem percebidos como estrovengas incapazes de produzirem um
benefício mínimo ao desenvolvimento do país ou à formação de uma
consciência nacional em condições de orientar o pensamento político, os
partidos brasileiros continuam sugando os cofres públicos, ora pela via
oficial do Fundo Partidário, ora por outras benesses paralelas,
subjacentes, sem contar os descaminhos que a fragilidade República
enseja. Não é sem motivo que essas legendas continuam brotando com os
nomes mais esquisitos, com um conteúdo programático incombinável com os
comportamentos dos membros, e principalmente sem a confirmação da
missão.
O apetite das legendas, antigas e novas, parece concentrar-se no tilintar da subdivisão do Fundo, e nos espaços radiofônicos e televisivos da excrescência dos programas eleitorais gratuitos, principalmente nos anos eleitorais. Instrumentos de velhacaria, alguns transformam-se em barriga de aluguel da patifaria profissional para a gestação de projetos pessoais ou de grupelhos, em muitos casos vazios ou inconciliáveis com a ideia de estimulação do progresso.
Não será demais lembrar a sigla PRN Partido da Reconstrução Nacional, que teve o Fernando Collor de Mello, o Breve, como mentor, e que foi usado para levar o pensador alagoano à Presidência da República com os resultados conhecidos. Depois disso, nada mais aconteceu com a legenda, lembrando que não houve nenhuma reconstrução, como anunciava o nome do partido, mas apenas um entesouramento proveniente de corrupção sistêmica capitaneada pelo seu staff. Produziu a sofisticação da universidade da corrupção, como se prova atualmente.
Em que pese o exemplo e também insignificância de tantas siglas, o Brasil conta, no momento, com 35 partidos, e mais 15 em fase de coleta de assinaturas para se estabelecer.
É claro que faz parte do jogo democrático essa coisa de ir e vir, de se agrupar, de associar, etc., ainda mais quando se percebe que qualquer legenda, sobre beneficiar os organizadores, pode conquistar os incautos, a massa de manobra, a bucha de canhão. Mas, seria preciso um mínimo de bom senso, ou de uma fiscalização que intimasse esses partidos a dizerem a que vieram.
No ano de 2015, o Fundo Partidário que até então girava em
torno de R$300 e tantos milhões, foi elevado para algo acima de R$869
milhões, mercê da benemerência da dilma, usando o bolso do contribuinte.
Agora, em 2016, o valor praticamente está-se repetindo (R$ 819
milhões), significando que nos últimos 2 anos da profunda crise
nacional, o Tesouro está sendo desfalcado em aproximadamente R$ 1,7
bilhão – quando o país está vivendo talvez a maior crise financeira da
História – para ser distribuído entre esses partidos e usado sem
contraprestração, sem garantia ou mesmo prenúncio de sua seriedade e
eventual reorganização do pensamento.
Nesse aspecto do saco de bondade presidencial para afagar os partidos está em evidência o projeto da reinstituição do CPMF, com cuja aprovação a madama conta tanto que já incluiu a “Contribuição” na LDO 2016, ainda que a peça não haja sido votada. E ela certamente não faria isso (ou faria?) se não houvesse alinhavado os entendimentos no balcão do botequim nacional também chamado de Congresso.
Aliás, enganar-se-á quem pensar que o limite fiscal da presidente é a conquista da aprovação da CPMF. Basta notar que, em conversa com os jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto a comandanta informou que é preciso aumentar os impostos para reequilibrar as contas do Governo. Ela somente não fala sobre quem provocou esse desarranjo nacional.
Por: Luiz Saul Pereira
Brasília - DF
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