segunda-feira, 11 de setembro de 2017

SABEDORIA POPULAR ENSINA:"NEM BÊBADO NEM CRIANÇA MENTE... - POR LUIZ SAUL


A sabedoria popular sempre ensinou que nem bêbado nem criança mente. A criança, porque lhe falta o discernimento de culpas a esconder; e o bêbado, porque a bebida libera a língua, as amarras morais, entorpecendo a capacidade de dosear o certo e o errado para ajustar a intencionalidade do verbo no momento da ressaca. Daí a expressão latina In Vino Veritas que, traduzida, indica que no vinho (ou na birita) está a verdade.
A ser verdade essa “filosofia”, as gravações acaso inadvertidas da turma da J&S não podem ser atribuídas a conversa de bêbados para desmitificar as intenções do conteúdo, como se pretendeu, uma vez que, justamente pela cachaça, tende a merecer credibilidade etílica.
Não sendo científico tal conceito, restam as demais circunstâncias da arrogância pau d’água de agentes que se assumiram acima das leis, protegidos por acordo que, embora legal, a sociedade jamais compreendeu a amplitude em toda a inteireza, mas que, um tanto por acaso beberrão pode ser revisto.
Para quem teve estômago para ouvir as 4 horas da gravação, assistiu a um desfile do que poderia haver de mais chulo no comportamento de uma pessoa basicamente imoral e desprovida de qualquer respeito, inclusive pela própria família, sem falar na desestima pelas instituições nacionais.
No centro da questão, a possibilidade da remissão do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, humilhado pela armadilha dos irmãos açougueiros, e crucificado em várias camadas da população por haver apadrinhado tantas facilidades, deixando ao Ministro Relator do STF a única alternativa da homologação.
Ainda assim, mesmo que recupere a normalidade desse episódio, dificilmente o magistrado recuperará o prestígio com que esperava findar a sua missão. Nesse final de gestão amealhou tantos críticos e inimigos que a sua “vida civil” estará longamente comprometida por adversários que não lhe darão paz jurídica e também pela própria mancha mortificadora que norteou as suas decisões, no particular aspecto da delação em causa. Note-se que, nas suas palavras, não detinha coragem, mas medo de errar e comprometer a sua instituição. Comprometeu!
Independentemente desses aspectos negativos, tudo caminha para a adoção da remissiva medida do cancelamento da imunidade dos criminosos, abrindo assim caminho para a eventualidade de suas prisões e da perda parcial ou mesmo total dos benefícios adquiridos mediante comportamento fraudulento, como se comprova.
É de se repetir mais que nunca que a história dos irmãos açougueiros, no Brasil, está encerrada, não apenas pelas irregularidades de tal forma gravosas, mas também pelo repúdio que despertaram nas instituições e no conjunto da sociedade.
Virada mais essa página negra da nossa contemporaneidade, vamos às demais que seguem infernizando a vida brasileira!

Assim, é de se perguntar: E se o Geddel delatar, restará alguma pedra sobre pedra? Com a palavra o Temer, os seus auxiliares e o restante da representação política, inclusive o seu irmão, o Lúcio.

Mas, é importante ressaltar que não constitui crime ter R$51 milhões ou mais guardados em algum lugar. O crime somente se configura na apuração da origem do dinheiro.



Por: Luiz Saul Pereira
        BRASÍLIA - DF

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