Para aqueles que não viveram a época nem foram vítimas e vivem suscitando intervenção militar e ditadura fardada como solução para os desmandos do país estão convidados a compulsarem as informações que estão sendo liberadas pela CIA a respeito dos subterrâneos dos crimes e do terrorismo que se institucionalizou por mais de duas décadas para infelicitar a nação com “direitos” imperiais e incontestáveis.
A própria CIA, com a sua característica reducionista de tudo e de todos alheios ao seu território, classificou o perfil do último “presidente” (o João, que preferia os cavalos) com o viés de intolerância absoluta e de terrorista, a ponto de inspirar o golpe do golpe (que não prosperou) para impedir a posse de Tancredo Neves, então eleito Presidente.
Pior para todos, porque, ao morrer, o Tancredo encaminhou a posse do famigerado José Sarney, outra praga nacional, mas eleito dentro das regras de então.
No dia da posse o João dos cavalos ofereceu mais um exemplo de incivilidade, de arrogância fardada e de negação democrática ao sair pelos fundos do Palácio para não passar a faixa ao novo Presidente.
Ainda que sobejassem razões para ver risco em entregar o Brasil ao Sarney (como, aliás, se confirmou), o jogo estava jogado com regras estabelecidas e conhecidas.
Afora isso, faz-se proibido à nação esquecer a intimidade das relações do Brasil de então com as demais ditaduras sul-americanas (Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile) que produziram a Operação Condor e outras para a garantia da manutenção da normalidade da dominação, a custo de tantas vidas e de desaparecimentos de pessoas jamais encontradas.
Para alguns, o alto mar e os tubarões podem ter a resposta, enquanto outros são cadáveres anônimos em cemitérios clandestinos ou em Perus.
E ainda tem o macabro simbolismo dos registros de Vladimir Herzog, Manoel Fiel Filho e Alexandre Vanucchi, que, dentre outros, foram “suicidados” nos calabouços do DOI-CODI, sem falar no desaparecimento de Rubens Paiva, político de então, cujo fantasma ainda vagueia pelas lembranças e talvez remorsos de alguns, menos do torturador Dr. Tibiriçá (Brilhante Ustra), ora beatificado pelo Bolsonaro, e do delegado Fleury que foi desta para outra, queimado como arquivo, segundo dizem. Devem estar prestando contas em algum departamento do inferno.
Até a dilma andou passando pelas mãos dos torturadores e talvez deixando as sequelas que hoje apresenta, sem saber nenhum idioma, se engasgando consigo própria e saudando a mandioca. Só quem não sofreu por ali foi o Lula que, preso tal qual hoje, era beneficiado com saidinhas para visitas à mama, cachacinhas e vida boa, e hoje repousa na sala de Estado Maior, enquanto desvaria.
São pequenos e esparsos detalhes que, se a memória perdoa, não esquece.
Então, se alguém torce pela volta “deles”, sugiro que leia antes os memorandos CIA que começam a abrir aos poucos a caixa preta do assunto, inclusive da execução de “indesejáveis” autorizadas pelo Geisel.
E vá se catar!
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E, mudando de assunto, para não perder a oportunidade, enquanto alguns postos resolvem protestar oferecendo gasolina com até 40% de desconto, isto é, sem impostos, tem um posto em Recife que resolveu cobrar o litro a R$8,99. Não é oportunismo. É roubo mesmo...
Mas, tamu juntu, caminhoneiros!
Por: Luiz Saul Pereira
DE SERRA TALHADA À BRASÍLIA
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