MERECIDA HOMENAGEM A LOBINHO - Dinah Castilho Campos

 
O NOSSO ILUSTRE LOBINHO MERECE JUSTAS HOMENAGENS

Caros triunfenses:

É preciso que modernizemos a nossa visão, aprimorando-a, a partir de hoje, para que sempre façamos justiça a todos os benfeitores de Triunfo, não só aos residentes na localidade; aos também ausentes, mas presentes em ações, e, muito especialmente, aos “sagrados” filhos da linda terra natal. Homenagens têm enorme sentido e, quando em vida, inestimável valor. Póstumas homenagens, exaltação ao morto em discursos emocionados, só fazem eco, se o reconheceram a tempo. Apenas no ato da morte, cheiram a remendos, a minimização de remorsos, a desculpas improvisadas à família, à justificação do injustificável.

Das homenagens justas rendidas a benfeitores, a mais importante de todas me parece ser A DIVULGAÇÃO DE SEUS NOMES E DE SEUS FEITOS. A posteridade não pode ser privada de conhecer e de reconhecer os seus ilustres antepassados, os que, de fato, “escreveram a História de sua Terra.” É urgente que se apague em nosso meio esta página negra: a ingratidão com seus filhos. Indispensável é que se diga publicamente o autor das façanhas, a fim de se fazer justiça e para não parecerem obras do acaso.

Comprovações de benefícios prestados à Comunidade se fazem necessárias para que se justifiquem as honrarias. Nem toda homenagem é justa aos olhos da população. É preciso obedecer a certos critérios. E todos sabem quem merece o tal privilégio: aquele que teve ou tem bons serviços prestados à Municipalidade...

Tratar, com indiferença, pessoas que contribuíram enormemente com o desenvolvimento de sua Localidade ou que, no presente, apresentam provas irrefutáveis de amor pela terra natal, concretizando sonhos há décadas alimentados, como fez o SENHOR BENEDITO LOBO SIQUEIRA, carinhosamente, LOBINHO, doando à Cidade duas obras de grande importância para o turismo local, como: o busto -há décadas esperado- do Monsenhor Eliseu Duarte Diniz, ilustre filho de Triunfo, idealizador, administrador e financiador de grande parte da construção da majestosa Igreja de Nossa Senhora das Dores, e uma réplica do Cristo Redentor, representa um descaso tamanho e até um desestímulo a quem deseja participar de qualquer ação para proveito e engrandecimento de sua cidade.

A gratidão é um dos sentimentos mais nobres e precisa ser alimentada entre cidadãos e conterrâneos. É a forma mais honrosa de se pagar sem dinheiro. Não é correto deixar no esquecimento aquele que busca realizar, que faz bem a sua parte, tendo em vista o progresso do Município ou de qualquer instituição pública ou privada que beneficie diretamente o povo. Ser esquecido ou “menos prezado”, omitido em vida, retaliado por qualquer razão ou por razão nenhuma, deve ser uma atitude inaceitável pela população. Aquele que realiza, já faz parte da História. Não pode ser relevado o seu direito aos lauréis. O seu reconhecimento é direito adquirido.

Façamos, pois, justiça aos nossos irmãos conterrâneos do passado, resgatando as suas memórias e prestando-lhes o preito devido que é a revelação de suas obras.

Não nos permitamos também desmerecer os ilustres contemporâneos que realizam e, no entanto, seus espaços são preenchidos por quem nada constrói em prol da coletividade. “Dá a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”: esse é o Mandamento. Estamos no tempo dos perdões, mas para merecê-los, é mister que nos corrijamos agora da omissão ou da permissividade silenciosa.

EM NOME DA FAMÍLIA CASTILHO, DEIXO AQUI OS AGRADECIMENTOS A VOCÊ, LOBINHO, PELOS TANTOS E INÚMEROS BENEFÍCIOS PRESTADOS A TRIUNFO, NO PRESENTE E NO PASSADO, E PELA PESSOA DIGNA, DESPRETENSIOSA E JUSTA QUE DEMONSTRA SER, CORRIGINDO DESCASOS -DE FORMA SILENCIOSA E CONCRETA- FEITOS A PESSOAS QUE JAMAIS MERECERAM TAMANHO DESPREZO E OBSCURIDADE NA HISTÓRIA DE NOSSA AMADA TERRA. SAIBA QUE VOCÊ JÁ FAZ PARTE DA GALERIA DOS ILUSTRES HOMENS DE TRIUNFO, NÃO POR FAVOR, MAS PORQUE CONQUISTOU SEU LUGAR NO PÓDIO DOS QUE REALIZARAM.

Abraço,

Dinah Castilho Campos

Carta de Lobinho ao Jornal “A Tribuna” – Santos /SP

Santos, 6 de maio de 1971

Ao Jornal “A Tribuna”

a/c Coluna do Leitor

Senhor, jornalista,

Sendo leitor assíduo da coluna de V. S., nesta oportunidade, solicito do prezado articulista para fazer algumas considerações a respeito do que abaixo passo a expor, e se o bom amigo julgar importante fazer a devida publicação.

Nos dias 4 e 5 do corrente, “A Tribuna” publicou com os títulos “Petróleo na cacimba do quintal ” e “Petróleo entre o sono e a piada” do seu correspondente em Recife, no qual aquele “jornalista” inicialmente dá uma notícia, e no outro faz comentários. Com interesse tomei conhecimento da notícia, mais qual foi o meu desapontamento quanto ao comentário, pois sendo natural de Triunfo, cidade do Estado de Pernambuco, terra de gente humilde mais trabalhadora, que dá o melhor de si para o engrandecimento de seu Estado e do seu País, não merece que o citado “jornalista” formule através de comentários capciosos e desairosos aquela gente boa.


 Snr. Jornalista, - não é a primeira vez que notícias até certo ponto, podemos dizer, que são de cunho maliciosas para posteriormente serem – substituídas por piadas sobre Triunfo. Até aí desde que a piada seja de bom gosto e bem formalizada não sentimo-nos diminuídos. Mais da forma acima citada (Triunfo retornou ao marasmo e apatia de sempre: gente desocupada, enchendo as calçadas e os botequins, procurando esquecer em cada conversa ou cada gole de cachaça o sonho de um município rico e próspero por causa do petróleo) pelo que se depreende desse trecho Triunfo é cidade de desocupados e cachaceiros o que na verdade não é nada disso, somente na cabeça desse jornalista barato e canalha é que pode Triunfo ser assim considerado.


 Snr. Jornalista em minha querida terra, indivíduos desse caracter que vivem solapando a moral de gente humilde são considerados “cabra de peia” e o destino que se dá é aquele igual aos animais incompatíveis com a sociedade.

Este meu desabafo Sr “jornalista” o faço, porque sendo de Triunfo, não esquecendo minha origem de família simples mais honrada, e fazendo de Santos minha terra de coração, jamais me serviria de uma coluna de jornal para menosprezar a quem me recebeu de braços abertos.

Atenciosamente,

BENEDITO LOBO SIQUEIRA

Rua 618, casa 356 – Jardim São Manoel

SIC – Carta transcrita em conformidade com o original.