Se eu fosse escrever sobre o assunto, diria que não custa fazer uma reflexão centrada em crime tão danoso, sem as paixões nacionalistas e longe da hipocrisia protecionista que têm caracterizado as notícias sobre o fuzilamento de um nacional em terras longínquas. É claro que à distância, o castigo se afigura desproporcional à falha, na medida em que a vida não tem preço.
Mas, convenhamos que o prisioneiro não era primário nem amador. A contumácia no transporte de drogas para aquelas bandas certamente já infelicitava famílias indonésias em troca de uma recompensa pecuniária importante para o transgressor. Do contrário, o crime não compensaria.
Conquanto fora de parâmetro aos nossos olhos, naquele país há uma lei de pena de morte devidamente constitucional para os casos de tráfico. As condenações não decorrem do alvedrio ou do capricho de um governante. Foi provavelmente a solução drástica encontrada pela nação para proteger as famílias, e, ainda assim, tantos já foram fuzilados e outros quantos estão na fila fatídica, aparentemente sem horizonte de indulto.
O escarcéu de protestos promovido pelos governantes brasileiros, e por mais alguns, quase promovendo o traficante a herói, embora com o mérito de defender a continuidade da vida, parece não compreender a extensão do crime como os que acontecem minuto a minuto por aqui, em que tantas vidas são fuziladas pelos traficantes sem regras ou constitucionalidade, sem motivação, sem nexo causal.
Esses mesmos governantes são de pouca ação, mas de muito estardalhaço no combate a esse tipo de pelotão de fuzilamento, e estão na fila da derrota contra o tráfico. A parte disso ainda se têm as “boas” brechas das leis que parecem ter sido construídas pelos juristas dos traficantes. Antes de criticar a sujeira do quintal alheio, limpe o seu eliminando as organizações criminosas daqui que dispõem de estatuto, conta bancária e alguma cumplicidade aqui e ali.
A consternação e a indignação da dilma em relação ao assunto valem apenas pela vida, e nada mais.
Isso, se eu fosse escrever sobre o assunto.
Brasília - DF
O senhor Luiz Saul Pereira, sempre presente com suas postagens excelentes. Parabéns!
ResponderExcluirAqui no Brasil quem fuzila o cidadao de bem e o traficante! Todos os dias segundo pesquisas,são mortas 150 pessoas inocentes,ou melhor,são fuziladas. De qualquer forma,e tudo muito barbaro!
ResponderExcluirAcho a colocação dele muito oportuna e lógica. Se fosse aqui realmente se tornaria um herói.
ResponderExcluirBala nesse bandido era mesmo o merecido
ResponderExcluirMuito bom ler seus artigos.
ResponderExcluirNão concordo com a pena de morte mas que todas as leis Brasileiras sejam mudadas! infelizmente esse rapaz não caiu nessa inocente!
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