Depois da “solenidade” do corte na qual a ausência do Ministro artífice
Joaquim Levy levantou motivos de apreensão, começará agora o ranger de
dentes ministerial pelas perdas financeiras decorrentes da tosse da
vaca. Não demora muito e esse rinchar será estendido ao contribuinte com
o aumento dos impostos. Conquanto se tenha dito que a ausência do
Ministro decorreu de uma gripe, os bastidores estão cochichando um
possível desentendimento por conta da decisão sobre o limite do corte.
Esperamos que não se confirme, pois ele é a última esperança.
No mérito, tem-se que os projetos do PAC continuarão como já estavam, isto é, parados. Coisas como a transposição do Rio São Francisco e outras obras previstas para o Nordeste, apesar de anunciadas como preservadas, voltarão para a fila pelo menos até 2016, quando ressuscitarão à luz das novas eleições. Tudo bem, porque esse tipo de engana-trouxa já está incorporado pelo nordestino.
Os grandes perdedores, além do povo, é claro, são os Ministérios da Saúde e o da Educação, com contingenciamentos da ordem de R$ 11,8 bilhões e R$ 9,4 bilhões, respectivamente, justamente depois de o país ser gaiatamente apelidado de pátria educadora, e apesar de a saúde da população se encontrar nas últimas e sem vaga na UTI. Assim, seguiremos na pátria doentia e deseducada.
O aspecto hilariante das medidas, como não poderia deixar de ser, foi o seu prenúncio, quando a Dilma se embananou outra vez, embaralhando a língua mãe, numa mistura de palavras de difícil concatenação. Foi necessário usar um GPS idiomático para organizar o conceito de “grande”, “pequeno” e “flexível”. Com alguma maldade daria um soneto pornográfico.
Como o corte atingiu também verbas destinadas a prover as emendas parlamentares, estará aberta a temporada dos lobbies e do chororô, com cada deputado e senador, assim como cada ministro arguindo a importância de suas verbas para a salvação do Brasil. Como não estamos em um país sério, é bem possível que as pressões, as ameaças e chantagens comecem a minar o projeto de contingenciamento e flexibilizar o corte, até porque, sem dinheiro podem ficar mais difíceis os “acordos”.
No rastro das medidas teremos a perda da competitividade, a falência de empresas, as demissões e o desemprego, a paralisação da indústria, e, para completar as sete pragas, as ruas conflagradas.
Depois da praga de gafanhotos com que o PT atacou e adoeceu o país, algo havia que ser feito. Só se espera que o remédio não mate o doente.
Por: Luiz Saul Pereira
A narrativa até um certo ponto crítica do Luiz Saul é faz a leitura dos seus textos divertida. rsrsrs
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