sábado, 27 de junho de 2015

DELEGADOS DECIDEM "BOICOTAR" OPERAÇÕES DO PACTO PELA VIDA

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Após assembleia nesta sexta-feira (26), os delegados da Polícia Civil de Pernambuco decidiram montar uma agenda de mobilização para pressionar o governo do Estado. Entre as ações, os servidores decidiram que não vão participar das operações de repressão qualificada do Pacto pela Vida. As informações foram repassadas pela Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe).
No encontro, os delegados decidiram entregar imediatamente as jornadas voluntárias extraordinárias (PJEs), afirmaram que vão continuar priorizando a ordem cronológica dos inquéritos e, para se contrapor ao Pacto pela Vida, vão lançar o Pacto pela Valorização.
A Adeppe também planeja uma mobilização em frente à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) no próximo dia 2 de julho, às 8h30. O sindicato da Polícia Civil (Sinpol) também se integra à caminhada, que segue até o Palácio do Campo das Princesas.
O presidente da associação, Francisco Rodrigues, criticou os baixos salários da categoria e a falta de valorização dos profissionais. “Trabalhamos em prédios alugados, sem estrutura, com equipamentos de proteção vencidos. Não é só pela valorização salarial”, afirmou.
Segundo o representante da Adeppe, os delegados estão entregando os plantões do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES), porque afirmam que não têm condições ideais de trabalho.
Os delegados também prometem paralisar as operações “contra ameaça” e “esforço geral”. As duas são mecanismos incorporados ao plano de segurança do Estado para diminuir os índices de violência. A primeira busca interrogar suspeitos de ameaça de morte, além de abrir o termo circunstanciado de ocorrência (TCO). Já a segunda operação é mais focada no cumprimento de mandados de prisão.
Desde que assumiu, em abril último, a nova gestão da Adeppe vem subindo o tom das críticas e tomando decisões que impactam as principais vitrines do governo na área da segurança pública.
Entre as principais reivindicações da categoria estão melhores condições de trabalho e reestruturação da carreira. Atualmente, segundo a Adeppe, o cargo conta com 30 faixas salariais, com progressões anuais, o que praticamente impede que os novos delegados cheguem ao último nível. A entidade reclama, ainda, que recebe “tratamento desrespeitoso” do Governo do Estado.
“Os policiais civis são, constantemente, vilipendiados ao ponto de o Governo, para justificar a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) , considerar o uso de colete à prova de bala ‘excesso de zelo ou capricho’. Isso é um completo absurdo. Estamos sendo compelidos a trabalhar de graça, sob pena de termos os salários descontados”, criticou Francisco Rodrigues.
Fonte: Blog Jamilo Melo/NE 10 PE

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