terça-feira, 2 de junho de 2015

IRONIA AO "PADRÃO FIFA" - POR LUIZ SAUL



Estranhamente, a medida de qualidade conhecida como “Padrão FIFA”, que, há pouco mais de um ano tornou-se símbolo de excelência no Brasil vem sendo ironizada por todos os setores, ao tempo em que enrubesce os subalternos que enxergavam naquela Federação o topo da competência, a ponto de defenderem a entrega do país a seus dirigentes, como, aliás, aconteceu. Não se pode negar que o Brasil viveu, em alguns aspectos, durante alguns meses, talvez anos, sob a intervenção da entidade, numa maior ou menor intensidade, segundo o assunto e a circunstância.


A entronação da entidade chegou a tal ponto que algumas pessoas do governo brasileiro chegaram a referir-se à condução do país como sendo um Padrão Fifa, rejeitando naquela época o Padrão PT que vigia sob a dilma. Devem estar profundamente arrependidos nos dias de hoje, depois do constrangimento internacional produzido pelas aparentemente irrevogáveis prisões dos Marin, Hawilla et caterva, e, mais que isso, tentando redesenhar e recuperar o Padrão PT.


Acontece que esse padrão da sigla dos trabalhadores também anda em elevada baixa, se é que se pode definir assim. Atualmente, quando se olha para os representantes da legenda, ou se vê despreparo intelectual e político do tipo Sibá Machado, José Guimarães e semelhantes, ora se depara com notícias-crime ou suspeitas, como está acontecendo com o noticiário extraído das Minas Gerais, envolvendo o Bené, empresário de reputação duvidosa, e a intimidade doméstica do Governador Pimentel, petista.

Melhor seria que todos os padrões atualmente observados fossem simplesmente eliminados para darem lugar a uma nova percepção administrativo-governamental em que passassem a reinar o compromisso com a promessa de campanha, o respeito à coisa pública, e principalmente a reverência à honradez pessoal naqueles que não a tem.

O restabelecimento do elo de confiança entre a sociedade e o agente público está intimamente ligado à adoção de novos compromissos baseados na credibilidade que se possa praticar e demonstrar sem alarde, apenas praticando. Pena que as coisas parecem não convergir para esse ponto de encontro, como se evidencia nas discussões de uma reforma política, que, mesmo sendo capenga e distante dos anseios da população, têm revelado o contumaz e tradicional corporativismo, uma vez que a maioria se manifesta à visão da própria “carreira”, como a esquecer que existe um interesse maior chamado prosaicamente de pátria. Aliás, falar em carreira política já parece uma enorme excrescência, na medida em que não constitui uma profissão, não resulta de academia, e pode ser estanque, na medida da renovação, ou não, de mandatos. 

Por essa razão, fica um pensamento decepcionado de que, por mais que se possam esforçar os “nossos” políticos, uma razoável parcela dos mesmo não se desvincula do Padrão FIFA, posto que um selo que, afinal, melhor a identifica.
E é por isso que eu bebo.


Pr: Luiz Saul Pereira

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