FESTA DE SÃO JOÃO
Liège de Melo
Ainda guardo no coração
aquela casa encantada,
repleta de gente animada
em noite de São João.
Na sala o som da sanfona,
precisa em seu vai e vem,
músicas do Rei do Baião,
alguém procurando alguém.
Dançarinos em típicos trajes
nativos do grande sertão,
camisa de chita,chapéu de palha,
calça surrada e matulão.
No terreiro coloridas bandeiras
davam ternura àquele arraial,
chamas da avermelhada fogueira
aqueciam o festejo invernal.
Deliciosas comidas típicas:
canjica, pé de moleque e pamonha,
tanto esmero à mostra e à prova,
tudo oferta de Totonha.
No quarto cada participante
tinha ar brincalhão e astuto,
ao retocar o semblante,
para o casamento matuto.
O padre, a noiva buchuda,
o pai zangado e o delegado,
eram personagens da peleja,
exibida no tempo indicado.
O marcador meio bêbado
para ser melhor escutado,
no intervalo do som,
fazia um barulho danado.
Chamava rapazes e moças
que estavam a se entreter,
mas atendiam o comando,
para quadrilha acontecer.
A dança tão ensaiada
era por todos aguardada,
quem esquecia o roteiro
sobrava com a namorada.
No meio da brincadeira
tinha pares enfileirados,
um “francelê” com sotaque
todo bem pronunciado.
Hoje aquietada e só,
fico a recordar-me criança
naquela alegra festança
da casa da minha avó.
Ao ver o céu iluminado,
em Noite de São João,
relembro o tempo passado,
Triunfo e o Sítio Caldeirão.
Liège de Melo
Ainda guardo no coração
aquela casa encantada,
repleta de gente animada
em noite de São João.
Na sala o som da sanfona,
precisa em seu vai e vem,
músicas do Rei do Baião,
alguém procurando alguém.
Dançarinos em típicos trajes
nativos do grande sertão,
camisa de chita,chapéu de palha,
calça surrada e matulão.
No terreiro coloridas bandeiras
davam ternura àquele arraial,
chamas da avermelhada fogueira
aqueciam o festejo invernal.
Deliciosas comidas típicas:
canjica, pé de moleque e pamonha,
tanto esmero à mostra e à prova,
tudo oferta de Totonha.
No quarto cada participante
tinha ar brincalhão e astuto,
ao retocar o semblante,
para o casamento matuto.
O padre, a noiva buchuda,
o pai zangado e o delegado,
eram personagens da peleja,
exibida no tempo indicado.
O marcador meio bêbado
para ser melhor escutado,
no intervalo do som,
fazia um barulho danado.
Chamava rapazes e moças
que estavam a se entreter,
mas atendiam o comando,
para quadrilha acontecer.
A dança tão ensaiada
era por todos aguardada,
quem esquecia o roteiro
sobrava com a namorada.
No meio da brincadeira
tinha pares enfileirados,
um “francelê” com sotaque
todo bem pronunciado.
Hoje aquietada e só,
fico a recordar-me criança
naquela alegra festança
da casa da minha avó.
Ao ver o céu iluminado,
em Noite de São João,
relembro o tempo passado,
Triunfo e o Sítio Caldeirão.
Como é bom relembrar os tempos idos,
ResponderExcluirTranspirando os anseios contidos
Dos belos "São Joãos" de outrora
Quando brincando, víamos a aurora...
Lindo poema prima, boas recordações, tempo que só volta na memoria.
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