segunda-feira, 3 de agosto de 2015

AGOSTO COMEÇA ASSIM "PIXULECO" - POR LUIZ SAUL




O mês útil de agosto começou assim, assim Pixuleco, que é a designação da nova fase da Lava Jato. Nada de cachorro louco, só Pixuleco. 
 
Pela ordem de repercussão, a prisão do Zé Dirceu, do seu irmão Luiz Eduardo, e de outros tantos poderia encabeçar o impacto dos acontecimentos da República. Esse era um fato sem data marcada, mas certo de acontecer. O Zé é acusado agora de receber propinas por via indireta mediante a contratação de serviços jamais prestados. Não se trata de vingança judicial, nem de ódios políticos, mas do progressivo desmoronamento do castelo dos quadrilheiros deste nosso paraíso fiscal do crime. Bem que se tentou comover o distinto público e os tribunais com a alegação da debilidade da saúde e também de sua idade para justificar o prévio habeas corpus por ele intentado. Aquilo não passou de manobra dos advogados, os quais, ao ingressar preventivamente nas instâncias intermediárias para evitar a prisão cumpriram os caminhos da hierarquia da Lei. Vale dizer que nova tentativa de liberdade será julgada já no STF. 
 
Perguntinha irrefreável: E se Zé Dirceu, sucumbir pela fragilidade, pela idade, pela saúde e principalmente pelo abandono, e resolver falar o que sabe, o que viveu, o que produziu, como é que fica?

Bom, mas no mês Pixuleco tem a influência do espectro do Tribunal de Contas da União fazendo com que a dilma dance em uma frigideira crepitante pedindo socorro ao Lula, ao Renan e a quem mais aparecer para barrar a ameaça de um parecer pela desaprovação da sua malsucedida magia contábil. Os bastidores são um rebuliço só, sem a capacidade impedir alguns dias de sangramento.

Aí no pleno exercício da ambiguidade política, o FHC, que outro dia humilhou o Governo afirmando que não conversaria para “salvar o que não deve ser salvo”, saiu-se com um condicionamento para conversar se o tal Governo reconhecer os seus erros. Quer dizer, ele está falando mesmo é de funeral.

Mas, ainda não é só isso. Consta que internamente o Planalto já lê pesquisas apontando nova queda da aprovação da presidente que estaria abaixo do 7,7% de um mês atrás. Significa que por mais que sejam as tentativas, maiores tendem a ser os fracassos das investidas de recuperação do prestígio. 
 
Por fina ironia dos fatos, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato e um dos heróis da resistência para a recuperação moral do país, em uma palestra em um congresso médico, declarou que a corrupção é um câncer que será extirpado por essa operação. Foi um aviso e um escárnio.

Vai ser longo o mês pixuleco.



Por: Luiz Saul Pereira

Um comentário:

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