Driblar a tese e o sentimento do catastrofismo constitui a garantia do
equilíbrio e da isenção na avaliação dos fatos. Uma boa forma de se
conseguir esse tipo de imparcialidade consiste certamente em manter os
próprios pensamentos sob um tipo de permanente suspeição e vigilância,
para a melhor filtragem das “verdades absolutas” de cada qual.
A questão que pega é quando somos naturalmente compelidos à interpretação de notícias, ou até mesmo de frases soltas enunciadas por terceiros, como está acontecendo neste momento no país.
Com efeito, a Polícia Federal está a requerer mais prazo para a continuidade da investigação sobre o senador Renan Calheiros, o qual, por estranho, andava apartado do noticiário da Operação Lava Jato, ainda que haja sido um dos primeiros citados na famosa e denegridora Lista do Janot, ainda no início do processo.
É de se interrogar se os pecados a ele eventualmente atribuídos possam ser maiores do que se suspeita, ou se o inquérito encaminha-se para o arquivamento, hipótese improvável, a meu pensar.
No ínterim, o senador que se afigurava como potencial adversário, ou mesmo inimigo do Planalto, chegou-se ao Governo e até apresentou uma pauta “salvadora” chamada de Agenda Brasil que não mereceu discussão e da qual ninguém mais se lembra. Era um conjunto de plotagens desordenadas que mudou momentaneamente o holofote e teve o condão de estabelecer um flerte com a madama comandata, e só. Mas, sugestivamente transmitiu a sensação de “esquecimento” pelos investigadores.
Dissipada a sensação, não se sabe se o romance findou ou se o político tornou-se inservível, ainda que na semana passada, o seu filho, governador das Alagoas, haja estado a abraços com a madama sapiens, em Inhapim, em mais uma das muitas e repetitivas inaugurações da transposição do Velho Chico, que continua apenas ornamental sem dar água a quem necessita.
Mas, falando em interpretações de fatos ou de frases, o enigmático Ministro Teori Zavascki, do STF, teria confidenciado que “o pior está por vir”. Sentença de tal profundidade, emitida naquele nível de investidura por quem está conduzindo o processo de investigação na Corte, há de preencher mais de quinhentas laudas em letras pequenas.
O alvoroço imediato àquele pronunciamento deve estar produzindo zilhões de interpretações, e, mais que isso, provocando cachoeiras e suores em todos os cantos da Pátria Esfolada, especialmente ali pela Esplanada e pelos Palácios da Alvorada e do Planalto, com reverberações importantes em muitos outros endereços.
Suspeitando dos meus pensamentos e interpretações, não sei dizer se a PF encontrou provas mais robustas contra o Renan, a ponto de solicitar a prorrogação dos prazos, assim como se o Ministro Teori está tocando terror, ou se, com o domínio das informações, considera que o Inferno de Dante foi menor do que o do Brasil atual.
Ave, macaxeira! Eu te saúdo!
Por: Luiz Saul Pereira ,
direto da sucursal de Serra Talhada PE - Vale do Pajeu
Saul mesmo em Serra Talhada, está sempre ligadão com o noticiário do DF
ResponderExcluirO País está parado, a inflação galopante, o dólar nas alturas e não surge um líder da oposição que defina esta situação constrangedora.
ExcluirTODO ESSE MAR DE LAMA NA POLÍTICA SURGIU NO GOVERNO DO PT, QUE SE DIZIA ÉTICO.
ResponderExcluirA corrupção derrubou o limite da honradez e da decência.
ResponderExcluirO ministro da Fazenda Joaquim Levy fez apelo aos senadores pelo reajuste. Que pais é esse?
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