segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A AGONIA BRASILEIRA E A VIDA PALACIANA DA MANDI- OKA ... POR LUIZ SAUL





A vida palaciana da dilma seria quase simples se tivesse que enfrentar apenas a proposição de impeachment deflagrada com os aplausos do deputado Eduardo Cunha à iniciativa da denúncia encabeçada pelo ex petista Hélio Bicudo. Simples sim, porque em um país de natureza basicamente fisiológica, conta a madama com ferramentas em condições de seduzir vendedores de almas, de mandatos e de ideologias para lubrificar a tese da inocência de pecadores contumazes, como é o caso.

E está na hora que acabar com essa história de que a comandanta é pessoalmente honesta, que não tem conta bancária escondida em paraísos fiscais, e que não se beneficiou de propinas. Não é disso que se trata. As questões envolvendo a tese do seu afastamento estão ligadas ao desgoverno e à falta de escrúpulos na persecução de consolidar um projeto de poder. 

Tanto isso é verdade que, na esteira da aparentemente superável proposta do promotor Bicudo, está se aproximando com armas e bagagens o Tribunal Superior Eleitoral com a reabertura da ação proposta de investigação sobre a prática de crimes eleitorais na campanha de 2014. Sem viés político (pelo menos em tese), o julgamento no âmbito do TSE pode apresentar um componente explosivo representado pela indignação dos ministros que foram objeto das bravatas do ainda petista Delcídio do Amaral. As suas fanfarronices podem realmente haver turbinado a sisudez da Corte que mais que nunca terá que apresentar serviço com isenção. 

Mas, não é só isso. Olhemos, por exemplo, o Temer que até aqui vinha se escondendo no processo de impeachment político no qual somente a dilma viraria cinzas. Por isso, a sua vida parecia também simples e, posando de um estadista que não é, já dançava na ante sala da sepultura da parceira na certeza de que assumiria o trono. Agora, que o processo do TSE joga trevas em sua luz, e terá que renovar a amizade para defender ambos no prazo de 7 dias, que já está contando, sob pena de morrerem abraçados.

Aliás, pode ser até compreensível que em público o Temer mande fotografias com dedicatórias de lealdade à presidente, mas no privado articule uma narrativa de um governo de união e salvação nacional. Afinal, depois de tantos anos atuando como o coadjuvante que decidiu os destinos da nação por interpostas conveniências nem sempre republicanas, tem a chance de se livrar dessa idiossincrasia de bastidor oportunista para assumir a coisa e dizer a que veio. 

No frigir dos ovos, enquanto a mandi-Oka se estrebucha entre “ilustrados” pronunciamentos e afirmativas de honestidade; enquanto o Lula, começando a jogar a toalha, viaja para um périplo que se poderia chamar de descanso na Alemanha e na Espanha; enquanto o Eliseu Padilha inicia o desembarque peemedebista, abdicando do Ministério da Aviação Civil, o país segue em sua perplexidade de dúvidas do próprio horizonte.

A discussão em torno da agonia brasileira gira agora apenas para se saber se vai haver recesso parlamentar, ou não. Para uns, a manutenção do recesso em dezembro abriria as portas a que as manifestações das ruas aumentem a pressão para a realização do impeachment. Para outros, o cancelamento das férias, reduziria o sofrimento da República, ensejando uma rápida retomada da recuperação e do crescimento. No recôndito de cada pensamento sobressaem apenas e tão somente conveniências políticas de cada lado, implicando, ao final, que a sociedade brasileira continuará dando milho aos pombos.

RODAPÉ: A questão de Mariana e do Rio Doce pode estar começando a cair no esquecimento. Já tem um empurra-empurra das responsabilidades, e já se fala na Samarco requerendo falência ou recuperação judicial que, em tese, a livraria de pagamentos.


RODAMÃO: Saí do hospital para agradecer os votos de melhoras de tantos amigos. Estou em casa em recuperação de uma infecção renal braba, e o que vier eu traço.



Por: Luiz Saul Pereira
        Jornalista - Brasilia/DF

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro leitor, seja educado em seu comentário. O Blog Opinião reserva-se o direito de não publicar comentários de conteúdo difamatório e ofensivo, como também os que contenham palavras de baixo calão. Solicitamos a gentileza de colocarem o nome e sobrenome mesmo quando escolherem a opção anônimo. Pedimos respeito pela opinião alheia, mesmo que não concordemos com tudo que se diz.
Agradecemos a sua participação!

NOSSOS LEITORES PELO MUNDO!