Especialista em definir gêneros, a dilma, depois de criar e exigir ser
tratada como presidenta, agora definiu a existência da mosquita da Zica.
Esse tipo de neologismo bizarro poderia até ser incluído naturalmente
no estoque do folclore da política nacional sem muitas consequências se
não estivesse associado a outros sinais de desordem mental, e se fosse
compensado com sinais de governança. Mas, isso não acontece.
A perda definitiva da rédea constitui a coisa mais próxima da unanimidade das vozes ponderadas do país que percebem essa ambiência de salve-se quem puder, ou, noutra hipótese, salve o parceiro para não ser igualmente descoberto e condenado. E é aí que se confundem em perfeita mistura a criminalidade ordinária com a devassidão da governança.
De permeio, é esclarecedor que o desarranjo nacional decorre em grande medida da debilidade de leis produzidas com o aparente propósito de abrigar chicanas e recursos intermináveis que remetem as decisões judiciais, e portanto a Justiça, a um sistema de gangorra.
Por essas razões é que, no Brasil, progridem expressões do tipo “eu não sabia” e fica por isso mesmo, enquanto não surgem promotores e juízes dispostos a se insurgirem contra tal estado de coisas.
No momento, por exemplo, o país depara-se com um deputado que, presidente da Câmara, manobra os institutos legais de todas as formas que aquela frouxidão legal lhe enseja para permanecer no cargo, ainda que não lhe reste qualquer aparência de inocência. Isso poderia constituir um fato isolado, não fosse a realidade de tantos e proeminentes agentes públicos enredados em toda a sorte de crimes, e com processos, os quais, pela eficiência de tantos recursos, ou por preguiça, ou ainda por excesso de trabalho nos tribunais completam até década de sono em gaveta, quando não prescrevem.
Na mesma linha de procrastinação do deputado Eduardo Cunha, os seguidores do Lula acabam de barrar o seu depoimento para esclarecer supostas irregularidades fiscais relativas a ocultação de patrimônio, quando, em tese, e inocente sendo, haveria de ser do seu interesse depor no tempo mais rápido, como forma de resguardar o que lhe resta de imagem.
É esse conjunto constrangedor de criminalidade de colarinhos de todas as cores com o momento anárquico de governo que capta a fotografia do país nos dias de hoje.
Pior que tudo é que os condôminos do Palácio e das adjacências mantêm-se impassíveis como se as suas missões estivessem em ritmo de normalidade, e exercitando manobras diversionistas para esconder os seus pecados.
A maior manobra deste momento é a crise do mosquito (ou da mosquita, como quer a dilma), que a madama parece usar como tábua de salvação para demonstração de serviço. Assim, a crise maior e do momento esconde as outras.
Nesse particular, ainda tem um ministro da Saúde, que em plena crise, se licencia do posto para atender às paroquialidades da Câmara, dos Piccianis, da dilma e sei lá de quem mais. Não tem como dar certo.
Por: Luiz Saul Pereira
Brasília - DF
Muito inteligente e oportuna a sua crônica amigo e colega Luiz Saul Pereira. Continue engrandecendo os leitores e admiradores do Blog Opinião Triunfo Digital. Meus parabéns!
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