Quando se interpreta determinadas manifestações de alguns dos “nossos” homens públicos se tem a impressão de que muitos deles são menores do que os cargos ou funções em que investidos. E nem se trata do complexo de vira lata; é apenas despreparo e incompetência mesmo.
Tome-se, por exemplo, o Michel Temer, cuja bagagem jurídica o aponta como um dos principais constitucionalistas do país, professor universitário, e imagem de pretenso estadista. Pois o presidento desceu de sua aparente sobriedade para declarar que a eventualidade da prisão do Lula poderia causar problemas institucionais. Estava falando de instabilidade no país, é claro.
Atendo-se apenas ao medo que o zumbi Barba aparentemente ainda inspira ao mandato que herdou, e alimentando recôndito projeto de recondução no ano 18, esse jurista alude a insegurança governamental quando deveria abstrair a ameaça política que estrategicamente entrevê e asseverar o cumprimento das leis independentemente da identificação do indiciado, se o Lula ou um Zé qualquer. Não cabe seletividade. A sua manifestação parece até uma mensagem cifrada a que os movimentos sem isso e sem aquilo que eram patrocinados pelo petismo queimem pneus, invadam e depredem patrimônios, no caso de detenção do ainda chefe.
Na cena atual, a fala de uma autoridade de tamanha magnitude haveria de estar alinhada com a garantia da normalidade do funcionamento das instituições, com o cumprimento da legalidade, com a retomada da confiança, com o retorno dos dinheiros roubados, com a recuperação das empresas assaltadas. Jamais com o recado de temor às artimanhas de boquirrotos que renitem em santificar um bandoleiro.
Parece que, em face da proximidade e também de algumas conveniências suspeitas, o Temer está sendo contaminado pela dubiedade e pelo raposismo do Renan Calheiros, e, nessa condição, se posta como reformador de procedimentos e como restaurador de uma normalidade mínima, mas que, no fundo, não desprega o olhar do próprio umbigo e do delírio da cadeira em que foi posto.
Assim, é melhor pensar que foi uma declaração infeliz - põe infeliz nisso! – em momento de descuido do seu anjo da guarda e da sua cuidadora Marcela. Porém, a sua sorte é tão grande que a gestão não pode ser comparada com a anterior daquela mulher, e, se houver comparação, ele continuará parecendo um estadista, que é o sonho.
Aliás, falando daquela estranha senhora, que se chamava dilma, ela agora anda dizendo que às vezes gostaria de ser outra pessoa com o nome de Janete.
Tá bom, que seja doravante Janete.
Por: Luiz Saul Pereira
Brasília - DF
Nós estamos passando momentos difíceis com esses poderes que a cada dia nos decepcionam.
ResponderExcluirDe tando ver triunfar a nulidade, prosperar a desonra, crescer a injustiça,agigantarem-se nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude ( Rui Barbosa ).
Brasil ame-o ou deixe-o !
Romeu Timóteo