terça-feira, 29 de novembro de 2016

FUI MACACA DE AUDITÓRIO DO DITADOR DEPOIS, ACORDEI... POR LUIZ SAUL




Migrando da senectude para as cinzas, Fidel Castro deixa a lenda de um guerrilheiro fantasista que, ao derrubar o ditador de direita submisso ao Norte, implantou a própria e longeva ditadura de esquerda, com a utopia de encompridá-la ao abaixo do equador. Neste aspecto, a utopia desvaneceu-se, em parte, mas chegou a produzir filhotes de pouca expressão. 


Chegou a tentar exportar para as terras brasilis a sua revolução, que não deu certo em face de razões como a diversidade cultural, a extensão territorial, o desordenamento das informações, a incompetência das lideranças e também porque a tal da redentora foi lá e deu um pau glorioso nos caras. Não se pode imaginar uma contrarrevolução liderada pela dilma (Janete) e pelo Genoíno, né? 


Com a vantagem de estar em uma ilha, e, portanto, sem contiguidades ideológicas além das permitidas, enclausurou o país para melhor selecionar as amizades, elegendo principalmente os países da antiga Cortina de Ferro, em especial a ex URSS, com a qual estabeleceu corredor doutrinário, bélico, de outros materiais de subsistência, e também de proteção que durou até o desfazimento daquela potência. 

Elevada à condição de preposto das ambições da URSS no Caribe e circunvizinhança, a ilha, face à proximidade estratégica com os USA, figadal adversário ideológico, assumiu tamanha importância que por pouco não se transformou no estopim de uma guerra atômica de proporções definitivas, na época do embargo. Inteligente e ardiloso, o ditador cubano transformou-se em chupim de outros países de orientação de esquerda, inclusive do Brasil, que, sob dilma/Lula recebeu desproporcionais e invulgares gratuidades em dinheiros, mantimentos e até um porto de excepcional modernidade. 

É verdade que graças aos monitores russos, transformou a ilha em potência esportiva, desenvolveu a educação e a saúde, que ainda são gratuitos, e que permitem exportar técnicos em saúde com a enganosa designação de “médicos”. Foi também um bravo. Somente muita tenacidade respaldada pelo apoio maciço russo poderia explicar a resistência da sua “isla” contra a potência vizinha e a desconfiança regional e de rompimentos diplomáticos, inclusive do Brasil nos tempos da redentora.

A par disso, jamais pacificou a ilha. Instituiu El Paredón para fuzilar eventuais opositores, lotou as masmorras, censurou a imprensa e alugou o território para ameaçar o Ocidente. Gradativamente transformou o país em sinônimo de dependência externa, e propelindo os nativos a arriscarem a vida na travessia de 100 km até a Flórida do que viver no “paraíso”. Foi assim que os cubanos melancólicos fundaram uma espécie de Cuba alternativa na Little Havana, em Miami. Rendeu-se apenas a quem lhe ofereceu vantagens, como a gasolina do Chavez e os financiamentos a fundo perdido dos lambões dilma/Lula. 

Em que pese a sua reconhecida importância para a construção dos momentos políticos dos últimos 50/60 anos, ultimamente já não passava de uma figura folclórica, com o desapoio de parte da família, como bem demonstram as posições da filha e de uma irmã, as quais, sediadas em Miami, sequer vão ao enterro. Vale notar que a sua morte, se provocou comoções, produziu também festas e foguetórios internos e externos.

Com a nova realidade, não se sabe o que acontecerá à Ilha. Pode até voltar aos tempos de Fulgêncio Baptista, quando era um grande cassino a serviço, em grande parte, da criminalidade da máfia norte americana. Ou não, né?

Apesar da presente acidez, confesso que por um tempo fui macaca de auditório do ditador cubano na época do voluntarismo adolescente romântico e irresponsável. Até aderi aos charutos.
Depois, acordei.


Por: Luiz Saul
        Brasília - DF

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