quinta-feira, 24 de novembro de 2016

MINHA MÃE ETERNA , LIGIA DE MELO FERREIRA, SAUDADES! - POETISA LIÈGE MELO

Há um ano fiz algumas considerações sobre o vazio existencial que a ausência materna provoca em meu ser...
Agora, vendo o sorriso largo de minha neta ao me mostrar o desenho que fez de minha pessoa, sou tragada por sua alegria e concluo: tudo está no lugar certo.. A vida é bela.


"Hoje (21/11/2015) para mim, o dia poderia ser comum, simples, igual a tantos outros. 
Na natureza da cidade onde moro ( Recife - PE.) há o colorido da primavera, o sol luminoso e a brisa vinda do Atlântico...
Pessoas que sorriem... crianças que correm se sentindo livres.
Existe todo o encanto da festa da vida.
Hoje, no entanto, a melancolia ofusca qualquer beleza que possua este dia aparentemente comum.
Há três anos, existem dias que, como hoje, transformam qualquer sentimento que eu possa ter em tristeza...sim uma profunda tristeza, pela amarga certeza da efemeridade da vida humana e seus personagens.
Uma saudade sem limites , que entranha-se e...só cresce... imensuravelmente
Um dia quem sabe MÄE eu possa sentir que ela, enfim, está sendo substítuida pelas maravilhosas lembranças das nossas batalhas, vitórias...alegrias.
Que nos fizemos companhia no período certo;
Ensinamos, aprendemos e nos perdoamos o suficiente
Tudo para que este nosso grande amor fosse depurado de qualquer outro sentimento... e, assim...nos amassemos ETERNAMENTE."



 





E T E R N A
Liège de Melo
É sábado, longo sábado,
tão longo que nele tudo é falta.
Há espaços inertes, sombrios, vazios.
Sem caminhos ou atalhos que levem a você.
Há na mente memórias: de pele, de laços,
de aromas e abraços...que dançam, balançam
com os sons dos seus passos.
Ouço a tradução da sua voz,
ao dizer, sem querer, palavras tão suas,
medidas, coladas, em seu jeito impar de ser.
Nesta vida, da qual sou personagem,
tudo em mim tem mudado:
em dias de sol sinto opacidade...
em dias de chuva não sinto o perfume da terra.
Vivo sem chão, tão em vão, na mãe terra.
Andando em eterno vácuo,
sem rumo, sem prumo, em guerra.
Sem lhe ver, sem lhe ter...
minha mãe
e t e r n a.









Por: Poetisa Liège Melo

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