segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

BRASIL, MOMENTOS DE "TRANCOS E BARRANCO"... POR LUIZ SAUL



Dependendo da janela de observação e do observador o Brasil, de fato, constitui-se em um país de extremos antagônicos que tanto desperta admiração e aplauso quanto causa perplexidade e repulsão, senão vejamos:


Já são até aqui 18 países atuando no rastro do combate à corrupção e dele solicitando dados capazes de exportar o modelo adotado pela convergência dos Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e de um juiz de primeira instância. Conquanto a corrupção daqui represente uma nódoa, a reação daqueles órgãos tem sido proporcional para a recuperação moral e material dos prejuízos impostos.

Mesmo afundado em crise profunda resultante de todos os desmandos e desvarios de um populismo irresponsável e continuado associado à exacerbação dos gastos públicos, já há sinais modestos mas consistentes de um começo de recuperação. 

De fato, não tendo mais o prestígio de ser a 7ª. Economia e havendo perdido a condição de “emergente”, restou trabalhar. Neste momento de trancos e barrancos parece que a deterioração está em declínio, com a inflação caindo a fórceps, além das reformas estruturais implantadas e projetadas para amestrar minimamente a crise. Bons exemplos disso são a boa gestão da combalida Petrobrás, o fechamento da torneira do BNDES e de outros órgãos afastados da influência nefasta do passado.

Um bom sinal de crédito vem de formadores de opinião e acadêmicos internacionais afirmando que a Operação Lava Jato deve ser um orgulho para os brasileiros.

Mas, olhando cá pra dentro, o observador encontrará os maus hábitos de sempre, e sempre buscando brechas para esconder, banalizar ou encobrir os malfeitos dos chamados representantes do povo, ainda que todos já compreendamos que são representantes de si mesmo, ou dos interesses dos grupos respectivos.

Desta feita, são os deputados aprovando pela quase unanimidade – apenas o PSOL discordou – proposta de regime de urgência para votar um tipo de isenção para os partidos que deixarem de prestar contas ou que tiverem as contas rejeitadas. Na hipótese de aprovação de tal excrescência resultará implícita a revogação de resolução do TSE prevendo a restrição do funcionamento das legendas implicadas nesse tipo de irregularidade. 

A pretendida exoneração antecipada, se aprovada, conferirá imunidade aos partidos, algo assemelhado a uma autorização tácita para a manipulação de dinheiros saídos dos cofres públicos segundo o alvedrio de cada cúpula dirigente. E, por outro lado, estaria autorizando a que qualquer partido jamais prestasse contas para justificar os gastos como também a origem dos recursos. O grande beneficiário desse tipo de artifício seria naturalmente o PT que não precisaria mais de explicar os recursos de Caixa 2 e de propina que encheu sua burra nos últimos mandatos.

Em determinadas circunstâncias esse tipo de manobra poderia ser atribuído à criatividade e a inteligência dos partidos. Mas, no caso, parece ser somente a intenção explícita de se proteger das leis e seguir na continuidade delitiva.



Nessas condições, restaria ao TSE como órgão de controle e fiscalização queixar-se ao bispo.






Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

Um comentário:

  1. ADORO SEUS ARTIGOS SENHOR. NÃO DEIXO DE LER NUNCA. SÃO PERFEITOS.

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