sábado, 8 de abril de 2017

O DEPARTAMENTO DE PERDIDOS ... SEM ACHADOS, RENAN CALHEIRO? - POR LUIZ SAUL



A atual trajetória vagante do senador Renan Calheiros confirma que no país moreno nada pode ser considerado imprevisível ou imponderável para a defesa das oligarquias. Fora da presidência do Senado, citado em muitas delações, indiciado em tantos processos, com o desgaste da imagem e do potencial de votos no colo, vem falseando uma crise artificial com o Temer para a construção de novo protagonismo (agora de oposição) perante a opinião pública atrás de um diploma de cavaleiro da esperança.


Com alguma razão e também enorme senso de oportunismo tem-se colocado contrário à Reforma da Previdência, buscando, inclusive, atrair os senadores do PMDB (que lidera sem unanimidade) para a construção do seu novo projeto de palanque. Sem diplomacia com o colega de partido tem taxado o governo de errático e açodado, além das ironias sobre o Temer não saber a onde ir, tal qual a dilma. Por outro lado, a oposição não representa defesa do interesse do povo, até porque não sugere alternativa. Água não tem cabelo para salvar afogado. 


É possível que por circunstâncias diversas o pano de fundo desse teatro esteja nas Alagoas, onde, apesar da eventual manutenção do curral na circunscrição do domínio eleitoreiro da sua família ou grupo, outros fatores parecem laborar em desfavor do seu antigo prestígio e dos projetos de poder e de garantia da eternização do foro privilegiado, justamente agora que o Moro se aproxima.

Com efeito, consta que, segundo pesquisas que os próprios adversários estão se encarregando de divulgar em Brasília, que, na intenção de votos apurada para senador em 2018, o Renan estaria em 4° lugar, para disputa de duas vagas. Este seria um dos motivos para a idealização da campanha artificial sob a forma de chantagem para que o Palácio interviesse para afastar os adversários para a sua reeleição.

Releva notar, no entanto, que, no aspecto de garantir o foro privilegiado o senador nem deveria ficar preocupado, uma vez que, sem consultar a sociedade (como sempre) os “rapeizes” da Esplanada estão urdindo reforma política prevendo a instituição da lista fechada de candidatos para 2018. Ora, considerando que ele próprio é um dos donos do partido não lhe será difícil inserir o nome na tal lista e ganhar mais 4 anos de impunidade na condição de deputado, que, aliás, não é um cargo menor do que de senador; apenas tem outro conteúdo.

O Palácio parece fazer-se de morto, com um ou outro gesto de isolamento ou de relativa desimportância das insinuações estrategicamente semeadas, o que pode ser um risco considerando que o aspecto pendular da ética cultivada no meio político nacional pode ensejar adesões às estripulias do alagoano. 

Por falar em presepada, tem ainda a “coisa”, também nas Alagoas, do projeto de recondução do Renanzinho ao palácio Floriano Peixoto como governador. Aqui também tem a manifestação do Renan Pai que vem acenando, inclusive, para uma aproximação com o Lula (pasmem!), com vistas à construção de um palanque comum com o PT naquelas bandas. Dispensável dizer que não há almoço de graça, pois não? 

Embora estejam todos no mesmo barco inteiramente adernado e em iminente naufrágio, ninguém há de pensar que o Lula – acaso convidado para uma joint venture eleitoral com a família Calheiros – concederia gesto gratuito de amizade ao senador, ainda mais agora que o intestino do seu PT está em convulsão. 

O cara parece estar no departamento de perdidos ... sem achados.



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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