Sem cerimônia ou resquício de pudor, o deputado Vicente Cândido, do PT de São Paulo, está levando a representação política a ultrapassar o limite da imoralidade graças às inventivas sugestões de incluir jabutis no texto da proposta da Reforma Política direcionados a proteger e liberar criminosos para participarem das eleições do próximo ano. Desta feita, a sua obscenidade consiste em propor que candidatos sejam impedidos de serem presos até 8 meses antes do pleito.
Em um casuísmo de tal magnitude, não se desapercebe que apesar da generalização capaz de abranger todo e qualquer marginal, desde aqueles do meio político até os do reinado da traficância que registre uma candidatura para se livrar de eventual detenção, o alvo único da blindagem é o Lula, especialmente depois da condenação do “santo” petista. O próprio autor de emenda jabuti já confirmou o ardil que passou a ter o nome de Emenda Lula!
É esse tipo de patifaria confessada que mantém aberto o abismo entre o poder e o pudor, representando ao mesmo tempo que o meio político desconsidera contribuir para a sua reaproximação da sociedade, e continua elegendo o fisiologismo como elemento de legítima defesa de suas obscuridades morais (e também patrimoniais) como a melhor ferramenta das relações de governabilidade. O país que se dane!
Na condição de relator da aludida reforma, o deputado estaria criando a blindagem sob o pomposo nome de “Habilitação Prévia de Candidatura”, um artifício cabuloso para, em sua versão, combater a judicialização da política. Com esse entendimento pornográfico o petista reduz de forma indecorosa à indignidade toda a proficiência das missões da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da equipe do Judiciário sob o comando do juiz Sérgio Moro, como se tais instituições estivessem a serviço da destruição da classe política.
Ora, o envilecimento voluntário da representação política constitui o único fator da motivação daqueles representantes da legalidade, e provavelmente a última barreira de combate à corrupção daqui. Nem que perguntar se os congressistas vão aderir à tanta molecagem.
É de ruborizar qualquer cidadão ver que, dos seus últimos presidentes, um está condenado; outra, foi afastada por impeachment; outro, está lutando contra a condenação pelos mesmos motivos dos outros; e, aquele apontado como eventual substituto, também já se encontra na mira das forças de investigação, em condições de também de se compor na lista dos degenerados, acaso se confirme a citação e o recebimento de dinheiros espúrios. Tudo isso sem contar a penca de ocupantes de outras representações já condenados e indiciados próximos da proscrição.
Por isso, a chicana de judicialização da política não passa de mera manobra para o livramento de todos, mas especialmente de um criminoso comum, cujo grupo deixou a herança maldita de desemprego massivo, degradação da economia, empobrecimento das classes sociais, consumição de estatais, dentre outras profanações que agora insistem em atribuir ao atual Presidente, o qual, apesar de pecador e de estar começando a purgação de suas traquinices, recebeu “de bandeja” a iniquidade que aí está para a tormenta dos nacionais.
Habilitação Prévia de Candidatura, é? Então tá então!
Por: Luiz Saul Pereira
BRASÍLIA - DF
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