Não se garante que haja, ou não, alguma edição de áudio, mas está rolando um vídeo nas redes sociais com manifestação de petistas devidamente uniformizados de vermelho, boné e mortadela, supostamente chamando o Lula de ladrão e clamando por sua prisão, na etapa de Campina Grande (PB) da “caravana”. Verdadeiro ou falso, o vídeo parece mostrar um Lula desconcertado na tentativa de domar a plateia.
Enquanto isso, em sua saga de moralização, cada enxadada da Polícia Federal e/ou do Ministério Público corresponde a um ninho de minhoca em que ninguém mais logra escapar. E, de fato, com que para demonstrar que a criminalidade se encontra democraticamente enraizada, as prisões estão se sucedendo em escala exponencial e numa abrangência que tanto alcançam um desembargador balconista de sentenças quanto fiscais sanitários que liberam carne com o bacilo de Koch que vem a ser o indutor da tuberculose. Vale dizer que a amplitude das barras da Lei transita pela iniciativa privada, pelo Judiciário, pelo Executivo, além do Legislativo, que é freguês de carteirinha.
As etapas de cada investigação, devidamente batizadas com um exotismo nem sempre compreensível, são enfrentadas com negações que os alvos produzem segundo a sua criatividade ou talvez redução mental. Uns dizem que não passa de “pirsiguição pulítica”, outros que nunca autorizaram o uso do seu nome para qualquer fim irregular.
Tem aquele que rebaixa as ações heroicas dos Procuradores e da PF à condição de irresponsabilidade dos "meninos da Lava Jato", cuja atuação já teria, inclusive, contribuído para a morte prematura de uma ex primeira dama. E haja forçação!
No momento, tem até a presidente do PT atribuindo o seu indiciamento ré ao clima político e ao medo que o clamor público impõe à Suprema Corte, como a repetir o Barba que classificou a corte como acovardada. Criativa, aponta ainda que a sigla PB que indicaria a tradução do seu marido (Paulo Bernardo) poderia referir-se a qualquer outro cidadão comum ou político que contivesse as mesmas iniciais. Chama-se isso reduzir a inteligência da investigação.
A busca de justificativas não para por aí, pois tem aquele que rebaixa o nível da compostura que se deve conter em sua investidura às rés do chão, quando sugere que o PGR tem algum fetiche em relação ao seu bigode, em sugestão transcendental de ofensa a aspecto da masculinidade de quem o acusa. Pode, Arnaldo?
E ainda tem aquele que, navegando em 17 indiciamentos e mais uma ação penal posa uma inocência de quem é vítima do Sistema. São alguns que também associam as investidas do PGR a um gesto de despedida de quem está no fim do mandato, numa sugestão de apego esquizofrênico ao poder que é por si só transitório.
Quem, no entanto, parece ter motivos de respiro é o Michel Temer, uma vez que, enquanto foi experimentar um sapato novo na China, e todos estavam na espreita do transcorrer da nova denúncia, desta por obstrução da justiça, recentemente encaminhada ao STF, assistiu à decisão do Ministro relator de devolver o processo à Procuradoria Geral de Justiça para ajustes que não foram divulgados.
Ora, como o tempo urge (e também ruge) até o dia 17 de setembro, pode até ser que não dê tempo para a tramitação de eventual denúncia na sequência PGR/STF/Câmara dos Deputados. Daí que indagações podem ficar no ar a respeito desse breque.
Eu, hein!?
BRASÍLIA - DF
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